Taoísmo

Apresentação do Taoísmo, enquanto abordagem mística da vontade que governa o Universo (…)

O taoísmo, junto com o confucionismo e o budismo, constituem as três principais religiões do extremo Oriente. A palavra Tao significa caminho, estrada ou vereda. Por extensão ela pode também significar método, princípio ou doutrina. Para os que habitam no Extremo Oriente, essencialmente chineses a hamonia e o funcionamento ordeiro que viam ao olhar para o universo eram manifestações do Tao, uma espécia de legislação divina ou vontade que existia no universo e que o regulava. Portanto, eles em vez de acreditarem num ente superior que controlava o universo, eles acreditavam antes numa providência, ou uma vontade do céu, ou até mesmo o próprio céu como a causa primária de tudo.

Por extensão, e por aplicar esta ideia de Tao aos assuntos humanos, os taoístas creêm que existe uma maneira natural e correta de fazer todas as coisas e que tudo o que existe e todos os humanos e animais têm o seu lugar e a sua função no Universo. Sendo assim, eles acreditam por exemplo que se aquele que governa cumpri os seus deveres e tratar do povo com justiça ao mesmo tempo que cuida dos rituais sacrificiais isso resulta em paz e prosperidade para a nação. Da mesma maneira, se as pessoas se dispuserem a buscar o caminho do Tao e o seguirem tudo será harmonioso, eficiente e pacífico, mas se por outro lado elas contrariarem, ou resistirem isso terá graves consequências, obtendo resultados catastróficos.

A ideia de seguir o Tao e não interferir no seu fluxo é um dos componentes centrais do pensamento filosófico e religioso asiático. O taoísmo faz uma abordagem mística, e na sua forma original defende a passividade e a quietude, passando por evitar a sociedade e por fazer um retorno à natureza. Podemos simplificar o Taoísmo por dizer que os taoístas acreditam que se as pessoas se acomodarem e nada fizerem tudo sairá bem, porque isso fará com que a natureza siga o seu curso.

O fundador do Taoísmo é um filósofo de nome Lao-Tzu (também conhecido como Lao Zi, e por outras transliterações, sendo não o seu nome, mas o seu título que significa “Velho Mestre” ou “Velho”), que estava descontente com o caos e o tumulto que durante a sua época de vida, (pelo que se pensa o sexto século AC), existiam. Como tal, ele em busca de alívio, voltou-se para a natureza e passou a evitar a sociedade. O seu título de Velho Mestre, existe porque de acordo com a lenda, a sua mãe teve-lo no seu ventre por tanto tempo que quando nasceu o seu cabelo já estava branco.

Só existe um registo oficial de Lao-Tzu. Ele aparece em Shih Chi (Registos Históricos), de Ssu-ma Ch´ien, respeitado historiador do segundo e primeiros séculos AC. De acordo com esta fonte o nome deste filósofo chinês era Li Ur e servia como escriturário nos arquivos imperiais em Loiang, China Central.

Este registo diz:

“Lao Tzu residiu em Chou a maior parte de sua vida. Quando previu a decadência de Chou, ele partiu dali para a fronteira. O funcionário da alfândega Yin Hsi disse: ‘Senhor, visto que te agrada aposentar-te, peço-te, por minha causa, que escrevas um livro.’ Diante disso, Lao Tzu escreveu um livro de duas partes, consistindo de cinco mil e tantas palavras, no qual considerou os conceitos do Caminho [Tao] e do Poder [Te]. Daí, partiu. Ninguém sabe onde ele morreu.”

Naturalmente, muitos eruditos duvidam da autenticidade desse relato. Mas a sua obra, conhecida como Tao Te Ching (“O Clássico do Caminho e do Poder”) é considerado como o principal texto do Taoísmo. Em vista de estar escrito em versos tersos e crípticos, ele está sujeito a muitas interpretações.

O sucessor de Lao-Tzu foi Chuang Chu, que significa “Mestre Chuang” (369-286 AEC). Ele foi considerado o mais eminente sucessor de Lao-tzu. No seu livro o autor além de acrescentar detalhes ao Tao, também explicou os conceitos de yin e yang, que foram primeio desenvolvidos em I Ching. No seu conceito, nada é realmente permanente ou absoluto, mas tudo acha-se num estado de fluxo entre dois opostos. Devido a essa filosofia de inércia, o conceito taoísta diz que é inútil alguém fazer algo para interferir naquilo que a natureza pôs em movimento. Mais cedo ou mais tarde, tudo vai retornar ao seu oposto. Não importa quão insuportável seja uma situação, ela logo vai melhorar. Não importa o quão agradável seja uma situação, ela logo vai desaparecer.

Ao tentar estar em comunhão com a natureza, os taoístas, ficaram obsecados com a perenidade e resiliência da natureza. Portanto passaram a especular que se a pessoa vivesse em harmonia com o Tao, ou o caminho da natureza ela talvez conseguisse penetrar nos segredos da natureza e tornar-se imune ao dano físico, doenças e á morte. Isto levou ao desenvolvimento de dietas e meditações místicas tentando alcançar a imortalidade. Então, por volta do segundo século EC o taoísmo já estava organizado e uma sociedade secreta na China Ocidental já havia sido formada e praticava curas mágicas por meio da magia e alquimia. Visto que era cobrado de cada membro uma taxa de cinco celamins de arroz, o movimento ficou conhecido como Taoísmo dos Cinco-Celamins-de-Arroz (wu-tou-mi tao). Com a presença de Chang Tao-ling ali teve início uma sucessão, de séculos de duração, de “mestres celestiais” taoístas, cada qual sendo alegadamente uma reencarnação de Chang.

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