Hades foi uma divindade grega da Antiguidade Clássica, um dos doze deuses do Olimpo. Ele pertence à segunda geração dos deuses gregos, uma vez que é filho de Cronos e Reia. Era irmão das deusas Héstia, Hera e Deméter e dos deuses Poseidon e Zeus. Hades era o deus dos mortos e do submundo, e seu nome se estendia ao reino que governava.
Dizem os mitos que após Hades e seus irmãos derrotarem Cronos e os demais titãs, houve uma divisão territorial entre os três deuses. Zeus ficou responsável por comandar o céu. Poseidon se tornou o senhor dos mares e oceanos. Hades, por sua vez, tomou o controle do subterrâneo, do submundo, do mundo inferior.
Dentre os seus irmãos, Hades é quem tem o papel de menor importância. Em seu reino ele divide as tarefas com outras divindades, o que o ausenta de todas as ações do submundo. Tânato, personificação da morte, era quem arrebatava os mortais para o mundo inferior de forma tranquila; era muitas vezes ligado a Hipnos, deus do sono. Já as Queres eram divindades responsáveis por levar mortes violentas e dolorosas aos seres humanos.
Hades e Perséfone
Hades é conhecido também por sua relação com a deusa Perséfone, filha de Deméter, que, junto a ele, julgava os mortos. De acordo com o mito, o deus teria sido flechado por Eros e se apaixonado pela sobrinha. A forma como ele a levou ao seu reino varia e não há uma única narrativa a esse respeito. Sabe-se, no entanto, que Deméter amaldiçoa a terra e torna o solo infértil por acreditar que essa teria auxiliado o rapto de sua filha.
Deméter pleiteou junto ao irmão, Zeus, para que a filha lhe fosse devolvida. O pai dos deuses concorda, mas com uma única condição: Perséfone não poderia ter comido nada que houvesse no submundo. Hades, num ardil, dá a ela uma romã, o que impossibilita que ela escape. Ainda assim, em um acordo com Deméter, fica acertado que Perséfone passará um período de tempo no submundo e outro fora dele. Eles nunca tiveram filhos.
O senhor do submundo aparece com brevidade em mitos de alguns heróis ou semideuses. Ele participa em narrativas de Héracles, Teseu, Perseu e Orfeu. Hades aparece ainda no mito de Esculápio, um mortal que o ressuscitava as pessoas e interferia na função divina da morte.
O deus dos mortos
Apesar do papel secundário de Hades nos mitos, ele era um dos deuses mais poderosos. Apresentava um caráter dual, visto que do seu reino cresciam as plantas, surgiam os metais preciosos e para lá voltava toda a vida. Ele era uma fonte inesgotável de riquezas para a humanidade, porém cobrava algo em troca: tudo que fosse dado por Hades precisava voltar a ele.
Hades sempre reclamava o que lhe pertencia. Uma vez no submundo, as almas dos mortais não poderiam sair de lá. A mitologia grega trazia muito presente o conceito da morte: é o destino único e inexorável do ser humano.
Por esse fato, Hades foi pouco cultuado pelos mortais. Era, sim, temido. Diz-se que a maioria dos humanos temia até mesmo pronunciar seu nome, por medo de atrair sua cólera. Era comum que utilizassem epítetos para se referir ao deus, como Plutão, que significava “o rico”. Isso era uma referência às riquezas provenientes do submundo.
A representação de Hades é praticamente igual às de Zeus e Poseidon. A não ser por alguns detalhes de expressão, os irmãos são apresentados imageticamente iguais. Há mitólogos que sugerem, inclusive, que os três formam uma trindade, que são todos a mesma divindade, como o é a Santíssima Trindade do cristianismo.
Hades costuma aparecer em esculturas com espessa barba e cabelo a cobrir-lhe o rosto brevemente. Ele pode aparecer sentado em seu trono, ao lado da esposa Perséfone ou na companhia de Cérbero, seu cão de três cabeças, guardião do submundo e responsável por não deixar ninguém sair ou entrar no reino sem permissão.
References:
https://www.britannica.com/topic/Hades-Greek-mythology