Apolo foi uma divindade grega, um dos mais importantes deuses olímpicos. Acredita-se que depois de Zeus ele tenha sido o mais venerado e influente deus da Antiguidade Clássica. Era filho de Zeus e de Leto, irmão gêmeo de outra divindade olímpica, a deusa Ártemis. Diz-se que todos os outros deuses, exceto seus pais, o temiam.
Muito se atribuía a Apolo em relação as suas simbologias e funções. Era comumente identificado como o Sol e como a luz que rege a verdade. Ele se encarregava de fazer com que os mortais percebessem seus pecados e fossem purificados. Apolo simbolizava a inspiração poética, musical, artística e profética. Era o patrono do mais famoso oráculo da Antiguidade, o Oráculo de Delfos, além de senhor das Musas.
O deus Apolo era visto por muitos como uma divindade dual, visto que possuía um lado sombrio. Podia ser considerado o deus das pragas, doenças e maldições e da morte súbita, embora também fosse o deus da cura e da proteção contra o mal. Apolo estava ligado à beleza, à harmonia, a tudo que era perfeito e racional.
A representação de Apolo desde a Antiguidade até a contemporaneidade geralmente foi sempre a mesma: um homem nu, imberbe, jovem e vigoroso. Algumas variações o mostravam com um único manto, com aljavas de flechas e arco ou lira e com algum de seus animais símbolos, como o grifo, a serpente e o corvo.
O mito de Apolo e sua origem são incertos, mas as primeiras referências literárias do deus aparecem em Homero. A fundação da literatura grega mostra um Apolo já consolidado em importância e atributos. Ele é citado na Odisseia e é um dos deuses principais da narrativa da Ilíada.
Na Ilíada, Apolo assume um lado no conflito entre gregos e troianos. Ele fica ao lado de Troia após a conspurcação de um de seus templos. O deus decide se vingar dos gregos após o rapto de Criseida por Agamemnon, filha do sacerdote Crises. Ele demonstra a belicosidade e a violência da sua personalidade ao enviar pragas que molestaram os exércitos gregos.
A participação de Apolo na Ilíada foi decisiva para o conflito. Ele suspendeu as pragas somente quando devolveram Criseida ao pai e quando os gregos lhe ofereceram sacrifícios e rituais. Apolo protegeu os heróis troianos Eneias, Páris e Heitor, por algum tempo e frustrou as investidas de alguns soldados gregos, como Pátroclo e Aquiles. Foi responsável, inclusive, por desviar a flecha atirada por Páris que atingiu o calcanhar de Aquiles.
A atualização do mito de Apolo
Após Homero, o mito de Apolo foi atualizado por outros escritores, pensadores e filósofos. A personalidade vingativa, incontrolável do deus foi abrandada. Apolo passou a ser visto como um deus civilizador, pacífico, equilibrado, curador, que valorizava a justiça, a arte e a profecia. Pitágoras foi um dos responsáveis por essa transformação.
Apolo é visto por alguns mitólogos como a oposição direta ao irmão Dionísio, embora alguns acreditem que sejam dois polos de uma mesma divindade. Enquanto Dionísio era o deus dos excessos, da transgressão, do mistério, das relações carnais, orgias, Apolo voltava-se para a vida cotidiana e racional. Ele preservava a ordem social e voltava-se para a profecia, um meio de cumprir a vontade divina.
Após a ascensão do cristianismo, os deuses da Antiguidade caíram em esquecimento. Os padres cristãos e filósofos da Igreja atacaram diversas vezes não apenas Apolo, mas os demais deuses considerados por eles pagãos. Mitólogos acreditam, no entanto, que há uma relação próxima entre Apolo e Jesus Cristo.
A Bíblia traz a ideia de que Deus era o Verbo, a palavra, e tudo se fez a partir de sua palavra. Diz no livro sagrado do cristianismo ainda que Cristo era a encarnação do Verbo, o filho de Deus. Apolo, de acordo com os escritos de Homero em Hino a Apolo, diz que não é ele que faz as profecias. Ele apenas transmite a palavra de seu pai, Zeus, assim como Jesus Cristo falava em seus discursos.
References:
https://www.britannica.com/topic/Apollo-Greek-mythology