Nuno Álvares Pereira

Nuno Álvares Pereira foi um nobre e general português que nasceu em 24 de Junho de 1360, em Paço de Bonjardim ou Flor da Rosa. Foi fundamental na resolução da crise de 1383 a 1385, onde a independência de Portugal estava em jogo. Além disso, devido a favores prestados à coroa recebeu os títulos de  2.º Condestável de Portugal, 38.º Mordomo-Mor do Reino, 7.º conde de Barcelos, 3.º conde de Ourém e 2.º conde de Arraiolos. Tinha o título de “O Santo Condestatável”.

Nuno Álvares Pereira, o Condestátavel

É considerado um génio militar e um dos portugueses mais distintos de sempre. É o patrono da infantaria portuguesa e liderou o exército com um número muito menor na Batalhe de Aljubarrota. O dia do seu nascimento é feriado no concelho da Sertã.

De acordo com Fernão Lopes, Nuno Álvares Pereira é um dos filhos naturais de Dom Álvaro Gonçalves Pereira, prior da Ordem do Hospital, e Iria Gonçalves do Carvalhal. Era meio-irmão mais novo de Rodrigo Álvares Pereira, Dom Frei Pedro Álvares Pereira e Diogo Álvares Pereira. Viveu com o seu pai até aos 13 anos, onde se iniciou como bom cavalcante, torneador, justador e lançador. Ganhou também o gosto pela leitura quer da Bíblia quer de livros de heróis.

Aos 13 anos entrou para a corte de Dom Fernando de Portugal, onde foi feito cavaleiro junto com o seu irmão Diogo Álvares Pereira, com uma armadura emprestada por Dom João Mestre de Avis. Apesar dele ter decidido permanecer virgem, foi obrigado pelo pai a casar aos 16 anos com Leonor de Alvim em 1376, viúva rica da Azambuja. Isso, de acordo com o pai garantiria o seu futuro. Nuno Álvares Pereira estabelecer-se-ia com a esposa nas terras desta no Norte do País.

A sua vida chega a um ponto decisivo em 1383 com a morte do Rei D. Fernando sem herdeiros legítimos, a não ser a sua filha, Dona Beatriz, casada com Dom João I de Castela. Isto levaria à perca da independência, e Nuno Álvares Pereira apoiou as pretensões ao trono do seu amigo João Mestre de Avis, filho ilegítimo de D.Pedro I de Portugal, que foi eleito regedor de Portugal.

A primeira grande vitória de Nuno Álvares Pereira ocorre na batalha dos Atoleiros em Abril de 1384, onde os portugueses vencem os castelhanos. Os portugueses tinham um exército a pé, e derrotaram um exército de cavalaria pesada.

A 6 de Abril de 1385, D. João Mestre de Avis é reconhecido pelas cortes reunidas em Coimbra como Rei de Portugal. Com a intenção de proteger os direitos da sua esposa, o Rei de Castela invade Portugal. A sua intenção era conquistar Lisboa, porque quem tivesse Lisboa teria Portugal.

O Condestatável, chefe das tropas, não permitiu chegar a Lisboa. O caminho passava por Aljubarrota. Neste lugar, ele colocou a sua Bandeira – Aqui está D. Nuno Álvares Pereira.

Bandeira de Nuno Álvares Pereira

A 14 de Agosto, ele mostrou todo o seu génio militar e venceu a Batalha de Aljubarrota. Os detalhes desta batalha estão escritos por Fernão Lopes. Segundo ele, todo o período que antecedeu a Batalha foi de grande cisma e divisão. Inclusive os irmãos Nuno Álvares Pereira e o seu irmão estavam divididos. Os nobres querem que D. Beatriz governe, e os pequenos, o povo, querem que João Mestre de Avis governe. Foi a batalhe de Aljubarrota que definiu o fim desta crise política.

Depois da vitória na batalha Nuno Álvares Pereira continuou como Condestatável e conseguiu alguns títulos acessórios. Entre  os anos de 1385 e 1390, o ano em que D. João de Castela faleceu, Nuno Álvares Pereira dedicou-se a realizar incursões contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques. Conseguiu uma fama lendária, como guerreiro e como um homem devoto a Deus. Dizia-se que tinha a proteção divina. Ficou senhor de quase metade de Portugal ao fim da sua vida.

Em 1415, participou na conquista de Ceuta, e foi convidado pelo Rei a permanecer em Ceuta como comandante da Guarnição, mas Álvares Pereira recusou pois queria acabar a sua vida militar e abraçar a carreira religiosa. Antes de entrar no convento, distribuiu os seus bens pelos seus netos. Assim assumiu o título de Frei, e abandonou tudo, aceitando apenas a esmola do Rei.

Do seu casamento teve três filhos, dois rapazes que morreram na infância e uma filha que chegou até a idade adulta. Beatriz Pereira de Alvim, casou com D. Afonso, primeiro Duque de Bragança (Ramo de quem viria a 4ª dinastia de Reis em Portugal).

Após a morte da sua esposa, tornou-se carmelita (entrou em 1423 no Convento do Carmo). Passa a chamar-se Irmão Nuno de Santa Maria. Permaneceu aí até a sua morte num domingo de Pásco de 1431, aos 71 anos, e todo o país o considerava Santo. O nome Santo Condestatável vem porque distribuía esmolas aos pobres em Lisboa, e no convento, tinha um caldeirão onde se faziam refeições para os pobres.

O seu Túmulo foi destruído no Terremoto de 1755 e dizia “Aqui jaz aquele famoso Nuno, o Condestável, fundador da Sereníssima Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo.”

Foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 26 de Abril de 2009.

 

 

 

Foi Canonizado

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