Como os demais povos bárbaros não é possível encontrar muita informação escrita sobre este povo, a informação da época referente aos Vândalos é originária em escritos romanos e posteriormente bizantinos. É consensual afirmar que originariamente este povo era da Escandinávia. Pela falta de informação referente à migração desta tribo da Escandinávia, não é possível precisar em que ano navegaram o Mar Báltico, acabando por fixar-se no que actualmente é a Polónia no decorrer do século II a. C.
No século II d. C. os Vândalos dividem-se em duas facções, em Silingos e Asdingos. Os Silingos fixaram-se na região que compreende actualmente partes da Alemanha, Polónia e Republica Checa. Os Asdingos migraram para Sul e confrontaram o Império Romano, após um acordo de paz ser celebrado estabeleceram-se na província da Dácia, correspondente à Hungria e Roménia actuais.
Assim como sucedeu com outros povos no decorrer dos séculos IV e V, o avanço dos Hunos pela Europa provocou a migração generalizada de praticamente todos os povos da Europa Central e de Leste, os Vândalos não foram excepção. As duas facções Vândalas juntaram-se nesta migração.
No início do século V começaram a migrar para o interior das fronteiras do Império Romano. Inicialmente para a região da Récia, actual Suíça, posteriormente deslocaram-se para a Gália, numa aliança com os Alanos conseguiram derrotar os Francos e abrir caminho até a Península Ibérica.
A chegada à Península Ibérica em 409 trouxe nova separação das duas facções de Vândalos, os Asdingos fixaram-se na Galécia a norte e os Silingos na Bética a sul. Após a derrota ante os Suevos na Galécia, os Asdingos deslocaram-se para sul e novamente as duas facções Vândalas juntaram-se sobre a governação do Rei Gunderico.
Após as sucessivas derrotas dos Alanos às mãos dos Suevos e Visigodos, acabam por oferecer a coroa alana ao soberano Vândalo.
Em 429 após a morte de Gunderico e subida ao trono de Genserico, os Vândalos aliados com os Alanos migraram através do estreito de Gibraltar para a Norte de África, aí após um conjunto de campanhas militares bem-sucedidas conquistam Cartago e formam um reino no Norte de África, que com as conquistas graduais compreendia regiões da actual, Tunísia, Líbia, Argélia, Sicília, Sardenha, Córsega e Ilhas Baleares. Em 455 fase á sua consolidação e crescente força enviam uma força expedicionária que durante duas semanas saqueou a Capital (Roma) do debilitado Império Romano do Ocidente.
Tanto o Império Ocidental como Oriental tentaram enfraquecer e controlar os Vândalos, mas foram sempre derrotados. Em 476 e após o desaparecimento do império ocidental enquanto entidade politica, o Império Oriental firma um tratado de paz com os Vândalos.
Com a consolidação das fronteiras puderam cunhar moeda, estabilizar a sua arte e cultura no reino. Assim como os Visigodos converteram-se ao cristianismo Ariano. Outras facções do cristianismo e não crentes neste religião foram perseguidos pelas autoridades vândalas.
Gradualmente foram perdendo territórios, para os Ostrogodos na Sicília, tinham que enfrentar os berberes no Norte de África, mas quem provocaria o fim do Reino Vândalo seria o Império Bizantino, descendente do Império Romano do Oriente.
O Imperador Justiniano I queria relançar a grande dimensão territorial do Império Romano, para isso declara guerra aos Vândalos, envia o general Belisário para subjugar este reino em 533 após várias batalhas e derrotas Vândalas, o rei Gelimero rende-se em 534 aos bizantinos colocando um ponto final aos Vândalos enquanto entidade politica.
References:
BALARD, Michel (et alii); A Idade Média no Ocidente: dos Bárbaros ao Renascimento, D.Quixote, 1994