A Tríplice Aliança foi constituída em 1882 como mecanismo de defesa militar mútua entre os membros assinantes, Alemanha, Itália e Império Austro-húngaro, contra outras potências europeias.
A Segunda Metade do Século XIX ficou marcada por uma profunda instabilidade politica na Europa. O colonialismo e exploração económica do continente africano estavam na ordem do dia. A Conferência de Berlim (1884-1885) procurava, colocar um ponto final nas disputadas por espaços africanos entre as potências europeias.
A procura generalizada por recursos e exploração económica de África surge, no contexto da Revolução Industrial e massificação do consumo a nível mundial. O novo modelo económico global, baseado em produção em larga escala que reduzia o custo final do produto, e possibilitava o alargamento do mercado de consumo a classes que anteriormente não detinham poder de compra, causou uma forte demanda por matérias-primas.
Aliado a este crescimento industrial que provocava fortes rivalidades entre as potências europeias pela exploração de recursos, o surgimento de movimentos independentistas em várias entidades europeias, essencialmente no centro e leste da Europa, conhecidos como Primavera dos Povos (1848), muitas vezes incitados por potências rivais, provocavam fortes cisões entre os estados.
As divisões na Europa do século XIX ficaram bem patentes na Guerra franco-prussiana de 1870-71, deste conflito resultou uma vitória estrondosa das forças germânicas. Como compensação pela guerra a França teve que entregar à Alemanha a região da Alsácia-Lorena, rica em minério, e a pagar avultadas indemnizações de guerra.
É neste contexto que é criada a Tríplice Aliança a 20 de Maio de 1882, como mecanismo de defesa dos três estados contra agressores estrangeiros, e também através desta coligação criar um bloco na Europa Central que isolava a França. Segundo o acordado, caso uma das partes fosse atacada por duas ou mais potências, as outras duas comprometiam-se a auxiliar a outra militarmente.
Neste tratado ficou estipulado entre o Império Alemão e o Reino de Itália, que esta cooperação não era aplicada caso o agressor fosse o Reino Unido. A população italiana mostrou-se relutante em assinar um acordo com o Império Austro-húngaro.
O Império Austro-húngaro tentou impedir a unificação da Itália, e a Áustria tinha no seu espaço territorial regiões com população italiana que não tinham sido incorporadas na unificação. Estas questões fragilizavam a própria Tríplice Aliança.
Com a Primeira Guerra Mundial o Império Alemão e Austro-húngaro envolveram-se militarmente contra a Tríplice Entente, composta pelo Reino Unido, França e Império Russo. A Itália declarou guerra ao Império Austro-húngaro em 1915 e ao Alemão em 1916, alegando a quebra com a Tríplice Aliança por esta ter sido a agressora e não a agredida como o acordo estipulava.
References:
JOLL, James, A Europa de 1870 aos nossos dias, Lisboa, D. Quixote, 1982.
BAYLY, C.A. , The Birth of the Modern Worl, 1780-1914, Oxford, Blackwell, 2004.