Os Saxões foram um dos vários povos a movimentar-se nas fronteiras do Império Romano no decurso dos séculos IV e V. Assim como a generalidade dos povos bárbaros que não relatavam a sua história utilizando a escrita, partilhavam oralmente entre gerações, não é possível à historiografia apurar com precisão a sua origem, história, cultura e aspectos da vida quotidiana.
A teoria mais consensual relativamente à sua origem é que, seriam uma confederação de tribos germânicas originárias daquilo que actualmente corresponde ao norte da Alemanha.
O Império Romano do Ocidente começou a relatar os Saxões no decorrer do século IV, quando estes tentavam fixar-se na Gália e a lançar as primeiras investidas sobre a Grã-Bretanha. Eram descritos pelos romanos como violentos, executavam ataques de pirataria contra os barcos romanos que circulavam no Canal da Mancha entre a província da Gália e a da Grã-Bretanha. Esta ameaça levou o exército romano a criar uma região militar especifica de acção dos Saxões, a Costa Saxónica que compreendia a costa gaulesa do canal da mancha e a costa britânica.
Não são certos os motivos que levaram os Saxões a migrar, o avanço dos Hunos pela Europa pode ter estado na origem da movimentação deste povo, assim como a procura de melhores condições para produção agrícola e animal.
Certo é que parte desta tribo manteve-se na parte Continental da Europa, outra parte tirando partido do abandono romano da Grã-Bretanha começou gradualmente a deslocar-se para estas ilhas e a conquistá-las no decorrer do século V. Segundo dados arqueológicos, pensa-se que mais de 250 mil Saxões tenham migrado para a Grã-Bretanha neste século. Face a esta investida em massa os bretões pouco ou nada podiam fazer.
O objectivo não era conquistar, mas sim colonizar e estabelecer-se neste território, desta forma não tentaram subjugar os bretões mas sim miscigenar-se com eles dando origem ao Reino Anglo-saxão. A conversão ao cristianismo foi um desses actos de miscigenação.
Os anglo-saxões acabaram mais tarde por sucumbir perante o avanço Normando de Guilherme, o Conquistador em 1066, após terem resistido durante séculos á pressão viking sobre o território.
Contrariamente aos Saxões que migraram para a Grã-Bretanha, os Continentais não converteram-se de imediato ao cristianismo, essa conversão surgiu mais tarda quando Carlos Magno começou a conquistar este povo nos finais do século VIII e inícios do IX. Passaram a fazer parte do Império Carolíngio e mais tarde do Sacro-Império Romano como uma região administrativa nestas entidades políticas.
Com o passar dos anos foram gradualmente sendo absorvidos pelas sociedades medievais e desapareceram enquanto povo e tribo mediante a fundação e fixação dos estados medievais.
References:
BALARD, Michel (et alii); A Idade Média no Ocidente: dos Bárbaros ao Renascimento, D.Quixote, 1994