Maison Cartier

Maison Cartier, é uma empresa/marca Francesa, um ícone na Joalharia de luxo com uma história ímpar que desenha, produz, distribui e vende objectos de absoluto luxo, como jóias e relógios desde 1847. Foi uma empresa que foi passando de filho para filho e actualmente faz parte do grupo suíço Richemont-Compagnie Financière Richemont SA.

colar-hindu-em-platina-ouro-branco-safiras-esmeraldas-e-rubis-1936-restaurado-em-1963-colecao-cartier-foto-de-n-welsh

Colar em platina, ouro branco, safiras, esmeraldas e rubis de 1936 (restaurado em 1963)

A história da tradicional e histórica da Cartier começou em 1847, quando Louis-François Cartier assumiu o controlo da pequena oficina de jóias do seu tio Adolphe Picard, localizada no numero 29 da Rue Montorgueil, a rua mais cara e chique de Paris e patenteou a sua própria Maison, com o famoso coração entre as suas iniciais L e C, nascendo oficialmente a Maison Cartier.

As jóias de Cartier eram caracterizadas por um toque leve e delicado, em contraste com os ornamentos formais e pesados que se exploravam no momento.

Apenas quatro anos depois, Napoleão III subiu ao poder, e através da Condessa Nieuwerkerke, o jovem Cartier tornou-se fornecedor oficial da Corte Real. Em 1853, implemente como um dos seus principais serviço, o atendimento personalizado e elitista, abrindo as suas portas para uma clientela privada e exclusiva.

A partir do último quarto do século XIX, não houve cabeça coroada ou família real na Europa que não usasse jóias Cartier, especialmente criada para elas. E é por esse mesmo motivo que Cartier era conhecido como o “joalheiro dos reis”. Em 1901, o rei Eduardo VII, da Inglaterra, que encomendou 27 tiaras e diademas para a sua cerimónia de coroação, tornando-se o joalheiro e fornecedor oficial da família real inglesa e de outras casas reais. Na altura Eduardo VII, declarou que Cartier era “joalheiro dos reis, rei dos joalheiros”.

Em 1902, abre a primeira loja Cartier em Londres, no numero 4 da New Burlington Street, comandada por Pierre Cartier.

Em 1904 Louis Cartier assina o primeiro relógio de pulso masculino com pulseira de couro, desenvolvido especialmente a pedido de seu amigo, o aviador brasileiro Santos Dumont, que reclama da pouca comodidade dos relógios de bolso durante os voos. Cartier assumiu o desafio e com a ajuda de Edmond Jaeger, desenhou um relógio de pulso plano com um peculiar aro quadrado. Porém, somente em 1911, o famoso relógio começa a ser comercializado e hoje, mais de 100 anos depois, a colecção de relógios Santos Dumont conserva todo o seu esplendor.

No entanto esta história não passa, de uma lenda, pois o primeiro relógio de pulso conhecido foi feito em cerca de 1814 pelo relojoeiro Abraham Louis Breguet, por encomenda de Carolina Murat, princesa de Nápoles e irmã de Napoleão Bonaparte.

Em 1906, Louis e o seu irmão mais novo, Pierre, fundam a Cartier Fréres, enquanto Jacques Cartier assume a loja de Londres e a empresa começa a produzir as primeiras jóias em estilo Art Déco.

Em 1909, Pierre Cartier, abre uma loja em Nova Iorque, no numero 712 da Fifth Avenue, a partir daqui o o império Cartier se expandiu por todo o mundo.

diademe-1914-coroa-em-platina-diamantes-perolas-onix-1914-colecao-cartier-foto-de-n-welsh

Diadema de 1914, de Estilo Art Déco

Símbolo de uma elegância superior desde 1920, o relógio Tank Louis Cartier é um clássico da história da relojoaria. Nascido em 1922, simboliza com grande rigor, a importante contribuição de Louis Cartier para o que mais tarde se viria a denominar por Art Déco: as linhas tensas do quadrado e do rectângulo suavizam-se e a geometria dos ângulos atenua-se. Dotado de uma harmonia irrepreensível, o modelo Cartier Tank Anglaise, com a sua silhueta concentrada, linhas reforçadas e generosa amplitude, revela e associa todas as características que celebrizam e distinguem a colecção.

tank_anglaise-cartier_historic-watch-design

Relógio Tank Anglaise Cartier

1942 foi um ano negro para a Maison, com a morte de Louis Cartier, e seus sucessores foram incapazes de continuar sem o seu génio artístico. Como resultado, a empresa tornou-se financeira e artisticamente estagnada.

No início dos anos 70, um grupo de investidores, liderados por Robert Hocq, comprou as três principais Lojas da Maison Cartier (Paris, Londres e Nova York), levando a empresa, até então, familiar para uma multinacional e dando um sopro de juventude e modernismo, com Alain Perrin como o seu principal executivo.

Em 1973, foi criado o conceito Les Must de Cartier (desenvolvimento de produtos como jóias, óculos e acessórios em couro mais acessíveis e modernos, mas com a tradição Cartier). Foi o momento da ampliação da oferta de produtos e, consequentemente de clientes, sempre abonados e dispostos a ostentar o luxo e os produtos com a assinatura da marca tinha.

Em 1978 todo grupo foi unificado em uma única empresa chamada Cartier Monde. A marca francesa continuou a desenvolver-se sem perder seu refinamento e tradição. Surge então uma aclamada linha de perfumes, novos modelos de relógios, peças de couro, além da “Colection Ancienne Cartier”, a qual reúne peças para mostrar a evolução histórica e artística da joalheira. Mais tarde tal colecção passou a se chamar “Cartier Collection”.

Ícones da marca:

  • Anel Trinity, com três alianças de diferentes cores, sucesso desde 1924;
  • Bracelete de Pantera, símbolo máximo da marca desde 1914;
  • Solitário 1895, o mais desejado pelas noivas;
  • Relógio Tank, de 1919: design atemporal, feito em homenagem às equipes que conduziram os tanques aliados na I Guerra Mundial.

Em 2012 a marca francesa completa 165 anos de pura sofisticação. Para comemorar tão importante data a marca lançou no mês de Fevereiro o filme publicitário L’Odyssée de Cartier (“A Odisseia de Cartier”), dirigido pelo artista multimédia Bruno Aveillan, resultado de dois anos de intensos trabalhos de mais de 50 talentosos profissionais. O jornal britânico The Daily Telegraph classificou os 3 minutos e meio do filme de “uma pequena obra-prima”, para cuja confecção a marca francesa, decididamente, não economizou. Na história, o símbolo icónico da marca, a pantera realiza uma épica jornada mundo afora rumo a momentos e locações vitais para a riquíssima história da Maison Cartier.

632 Visualizações 1 Total

References:

www.cartier.com

ESTRÁZUL, Márcia de Oliveira. Perfumes – a moda invisível. Márcia de Oliveira Estrázul. – Porto Alegre: Forma Diagramação, 2011.

MOSCO, Marilena. Art of jewelry and artists’ jewels in the 20th century. Museo degli argenti (Florence, Italy). Giunti Editore, 2001

NADELHOFFER, Hans. Cartier. San Francisco. Chronicle Books, 2007

NUSSBAUM, Eric & COLOGNI, Franco. Platinum by Cartier: triumphs of the jewelers’ art. Harry N. Abrams, 1996

RUDOE, Judy & CARTIER (Firm). Cartier: 1900-1939. British Museum, Metropolitan Museum of Art (New York, N.Y.). Harry N. Abrams Publishers, 1997

SILVA, Nuno Vassallo e, DIAS, João Carvalho, COUDERT, Thierry. Cartier: 1899-1949, the journey of a style. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa. Skira, 2007

632 Visualizações

A Knoow é uma enciclopédia colaborativa e em permamente adaptação e melhoria. Se detetou alguma falha em algum dos nossos verbetes, pedimos que nos informe para o mail geral@knoow.net para que possamos verificar. Ajude-nos a melhorar.