A Dinastia Qajar também designada por Cajar, Ghajar ou Kadjar, governou a antiga Pérsia de 1794 até 1925. A Dinastia Qajar tinha ascendência turcomana, mais concretamente azeri.
A época moderna trouxe um conjunto de novas rotas comerciais entre o oriente e o ocidente. Os territórios persas eram essenciais para o comércio entre a Europa e a Ásia – rota da seda. A expansão marítima que os povos europeus iniciaram a partir do século XV, com os portugueses, e mais tarde com espanhóis, holandeses, ingleses e franceses, provocaram uma alteração dos mecanismos comerciais a nível global, início da globalização tal como conhecemos nos nossos dias.
O desvio das rotas comerciais provocou um enfraquecimento e perda de influência dos diversos poderes persas. Desta instabilidade e recuo quer territorial, quer de influência emerge uma nova Dinastia, a Qajar.
Com o dessoramento dos Safávidas e posteriormente do império Zand, às mãos do primeiro governante Qajar – Aga Maomé Shah Cajar, deu-se uma revitalização do poder persa, com a reconquista de espaços territoriais no Cáucaso, com ele a capital do império sediou-se na actual capital do Irão, Teerão.
Após a morte de Aga Maomé em 1797, o seu sobrinho sobe ao poder, Fat′h Ali Shah Qajar, o seu reinado ficou marcado pela tentativa de contínua expansão pelo Cáucaso e consequente conflito com o Império Russo.
Geopoliticamente falando, a Pérsia tinha nas suas fronteiras outras duas grandes potências. Por um lado o Império Otomano, que embora não tivesse o poder de outras épocas, continuava a ser uma força respeitável no médio oriente do século XVIII e XIX. Mais a norte as pretensões de expansão Qajar colidiam com os interesses da Rússia, que no decorrer da época moderna ganhou uma preponderância crescente.
As pretensões expansionistas foram colocadas de parte após consecutivas derrotas sofridas às mãos dos russos, que culminariam com a assinatura do Tratado Turkmanchay em 1828. O tratado colocou um ponto final nas hostilidades, mas também provocou a perda de consideráveis porções territoriais no Cáucaso, inclusivamente no Azerbaijão, terra natal da Dinastia Qajar.
Num mundo cada vez mais industrializado, e voltado para uma economia de mercado, e profundamente marcado pelas evoluções e metodologias da revolução industrial, Nasser al-Din Shah Qajar, procurou transformar a Pérsia, de uma região cujo poder central não se fazia sentir, em que a economia ainda era muito rudimentar e o estilo de vida não se adequava às transformações verificadas no mundo de então. Adoptou uma política de abertura da Pérsia às novas tecnologias e inovações, tentou uma maior centralização política e económica, promovendo um aproximar ao ocidente.
Estas tentativas de abertura não foram suficientes para permitir que a dinastia monárquica dos Qajar fosse derrubada em 1925, no âmbito dos movimentos de inspiração republicana e vanguardistas que se verificaram na Pérsia nos inícios do século XX.
A Dinastia Qajar foi constituída por sete governantes; Aga Maomé Shah Qajar (1789-1797), Fat′h Ali Shah Qajar (1797-1834); Maomé Shah Qajar (1834-1848); Nasser al-Din Shah Qajar (1848-1896); Mozafar Adim Shah Qajar (1896-1907); Maomé Ali Shah Qajar (1907-1909); Ahmad Shah Qajar (1909-1925).