Catarina, a Grande

Catarina, a Grande expandiu, reformou e modernizou o Império Russo, tornando-o provavelmente a maior potência mundial nas últimas décadas do século XVIII.

Biografia de Catarina, a Grande:

Catarina, a Grande ou Catarina II era filha de Cristiano Augusto, Príncipe de Anhalt-Zerbst com Joana Isabel de Holstein-Gottorp, nasceu a 2 de Maio de 1729 na região da Prússia. Em 1745 casou-se com o príncipe herdeiro ao trono russo, Pedro. Tornou-se Imperatriz consorte da Rússia após a ascensão do marido ao trono russo no final de 1761. A 9 de Julho de 1762 tornou-se Imperatriz/Czarina da Rússia após depor o marido, reinando até a sua morte a 17 de Novembro de 1796.

Catarina, a Grande

Catarina, a Grande

Como o próprio epíteto sugere, foi uma das mais influentes governantes do Império Russo expandindo as suas fronteiras e reformulando totalmente a administração, económica, cultura e artes. O trabalho desenvolvido por Catarina, a Grande, tornou-se ainda mais impressionante por ser uma estrangeira em solo russo, o que provavelmente potenciou a sua veia reformadora num Império estagnado. Simultaneamente numa sociedade conservadora, que secundarizava a mulher conseguiu prevalecer num mundo dominado pelo género masculino.

O seu nome de nascimento era Sophie Friederike Auguste, ao casar-se com o príncipe herdeiro ao trono imperial russo, converteu-se ao cristianismo ortodoxo russo e alterou o nome para Catarina. A proximidade que mantinha com Diderot e Voltaire, influentes filósofos da época, levou a que estes a apelidassem de a Grande.

Tanto Pedro como Catarina mantinham amantes, era de conhecimento mútuo e publico. Gregori Orloff era o amante favorito de Catarina, Pedro III após ascendeu ao trono russo começou a temer a influência que este detinha sobre Catarina.

Mediante as políticas impopulares e má administração do Império nos primeiros meses de governação de Pedro, emergiu um descontentamento geral na população, corte e exército do qual Gregori fazia parte. Juntamente com o irmão Alexei, os Orloffs arquitectaram um plano para o derrube do czar. Ao verem o seu plano exposto, não tiveram outra hipótese a não ser apelar a Catarina, a Grande que executasse um Golpe de Estado depondo o marido.

As políticas impopulares de Pedro relativamente ao povo e restrição dos direitos clericais, Catarina não teve uma oposição acentuada ao depor o marido. Alexei Orloff era conhecido pelo seu temperamento sanguinário, temendo o perigo que poderia acarretar ao reinado de Catarina, Alexei alegadamente terá estrangulado Pedro.

A morte do Czar deposto lançou a indignação na Europa. Catarina agora governante inquestionada do Império Russo não teve outra hipótese a não ser repudiar e afastar-se dos irmãos Orloffs. O Conde de Potemkin tornou-se o novo amante de Catarina.

Como referido anteriormente Catarina, a Grande deu um impulso reformador ao Império Russo, aproximando-o dos paradigmas ocidentais numa espécie de continuação do trabalho desenvolvido por Pedro, o Grande.

Em 1783 fundou a Universidade de Moscovo e a academia para o desenvolvimento literário russo. Em termos de política externa a governação da Czarina ficou marcada pelos constantes conflitos com o Império Otomano. A Rússia saiu sempre vitoriosa das guerras contra os otomanos, possibilitando a anexação da Crimeia e chegada do Império russo ao Mar Negro. Catarina promoveu uma política de expansão territorial, mantendo a generalidade da aristocracia russa e população satisfeita, permitindo a sua perpetuação no poder. Anexou uma parte da Polónia, da Ucrânia, e a totalidade da Bielorrússia e da Lituânia.

A legitimidade do poder de Catarina estava associada com a menoridade do filho e legitimo herdeiro ao trono, Paulo. Este atingiu a maioridade no decorrer da década de setenta do século XVIII, mas Catarina continuou a exercer o poder. Uma facção opositora da Czarina ainda cogitou a possibilidade de golpe de Estado, mas nunca avançou com a trama, Catarina manteve-se assim até a sua morte no poder.

Catarina, a Grande foi durante grande parte da sua vida uma fervorosa apoiante do iluminismo, após a Revolução Francesa temia a influência que os ideais revolucionários poderiam ter na sua governação. Morreu em 1796 quando planeava uma invasão à Republica Francesa.

Foi sucedida no trono pelo seu filho Paulo. Deixou um Império com uma dimensão consideravelmente maior do que quando chegou, e tornou a Rússia umas das grandes potências mundiais. Numa fase em que a Grã-Bretanha estava enfraquecida pela Revolução Americana e a França pela republicana, provavelmente a Rússia seria a maior potência de então.

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References:

ZAGORIN, Perez; Revueltas y revoluciones en la Edad Moderna, Ediciones Cátedra, 1986

BOIS, Jean-Pierre; L’Europe à l’époque moderne XVIe-XVIIIe siècle, Armand Colin, 2003.

BONNEY, Richard; O absolutismo, Publicações Europa-América

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