Assim como muitas outras tribos germânicas, os registos sobre os Búrios chegaram aos nossos dias a partir de textos romanos. Pelo facto destas tribos não terem registado a sua história e vida, dificulta o trabalho da historiografia em dissecar a História.
Segundo os registos romanos, mais concretamente no texto Germania de Tácito, os Búrios seriam próximos em termos de costumes, língua e estruturação dos Suevos, outra tribo germânica.
Em termos geográficos este povo seria originário do que actualmente é considerado como Polónia, no decorrer do século II d. C. teriam migrado para próximo das margens do Danúbio, onde tentaram juntamente com outras tribos germânicas invadir o império Romano. O imperador Marcus Aurelius, que governava ainda um império coeso e forte, impediu a pretensão destas tribos, obrigando-as a rubricar um acordo de paz.
A migração e expansão de uma tribo proveniente da Ásia, os Hunos para o ocidente no século IV, originou uma movimentação generalizada das tribos que conquistaram. As tribos ou arranjavam um novo local de fixação ou tinham que suportar a governação violenta dos hunos.
A migração provocado pelos hunos no século IV fez com que as tribos começassem a atacar e fixar-se em territórios romanos, o Império já não tinha capacidade de defender-se contra as múltiplas incursões. Boa parte dos Búrios juntou-se aos Suevos na migração para a Península Ibérica ai fixaram-se no actual município português de Terras de Bouro, cuja etimologia remonta aos Búrios.
A facção que permaneceu no Danúbio acabou por miscigenar-se com outras tribos e diluir-se na história.
References:
BALARD, Michel (et alii); A Idade Média no Ocidente: dos Bárbaros ao Renascimento, D.Quixote, 1994