Contextualização da Batalha de Kulikovo:
A Batalha de Kulikovo deu-se a 8 de Setembro de 1380 entre as forças russas e a Horda Dourada, próximo ao Rio Don no campo Kulikovo. Segundo estimativas arqueológicas e históricas, as forças turco-mongóis da Horda Dourada ascendiam aos 150 mil efectivos enquanto as forças russas teriam entre 50 mil a 80 mil.
De forma a compreender a Batalha de Kulikovo é necessário especificar o contexto que a originou. No século XIII o Império Mongol expandiu-se até as estepes russas e além. Após a morte de Genghis Khan, o seu grande Império fragmentou-se em quatro Canatos, a Horda Dourada era uma dessas novas entidades governativas mongóis.
A Horda Dourada rapidamente expandiu a sua influência aos diversos principados russos. Uns foram assimilados e conquistados, outros mantiveram uma governação autónoma e vassala aos governantes mongóis.
A Batalha de Kulikovo surgiu da revolta russa contra a autoridade da Horda Dourada. Uma coligação de diversos principados russos liderada pelo Grão-Duque, Dimitri Ivanovich de Moscovo (ficou conhecido para a História como Dimitri de Don) contestou pela primeira vez a autoridade mongol. Este conflito estendia-se além da simples recuperação de território, era um verdadeiro choque de culturas entre o Cristianismo Ortodoxo Russo e o Islão da Horda Dourada.
As forças da Horda Durada eram comandadas por Mamai. Embora numericamente superiores, as forças mongóis foram completamente chacinadas, algumas fontes referem que podem ter morrido mais de cem mil soldados.
Os principados russos apenas iriam libertar-se da influência mongol volvido um século, mas este foi o primeiro grande momento da resistência russa. É um símbolo do nacionalismo russo, no local da batalha foi edificada uma igreja em celebração a esta grande vitória.
Dois anos após a Batalha de Kulikovo a Horda Dourada iniciou uma campanha militar punitiva contra os principados russos. Esta campanha ficou marcada pela extrema violência, brutalidade e crueldade. No imediato a Batalha não trouxe grandes proveitos aos russos, mas futuramente serviu como símbolo e demonstração que os mongóis poderiam ser derrotados.
References:
ÁLVAREZ PALENZUELA, Vicente (Coord.); Historia Universal de la Edad Media, Ariel, 2002
BALARD, Michel (et alii); A Idade Média no Ocidente: dos Bárbaros ao Renascimento, D.Quixote, 1994
