A Batalha de Jarmuque ocorreu entre os dias 15 e 20 de Agosto de 636 d. C., e opôs o exército cristão ortodoxo Bizantino e o exército árabe muçulmano na forma de Califado Ortodoxo. Especula-se que a força cristã ascendia a 100 mil soldados e a muçulmano a 40 mil. Apesar da discrepância em termos de efectivos, desta batalha resultou uma vitória muçulmana.
Em termos geográficos a Batalha de Jarmuque desenrolou-se próxima ao Rio Jarmuque, naquilo que actualmente é a fronteira entre a Síria, Israel e a Jordânia, próxima aos Montes Golã.
Esta batalha surge no contexto de expansão do mundo islâmico. Após a morte de Maomé em 632 e solucionados os conflitos internos pela sua sucessão, os árabes começaram a sua expansão para o coração do Médio Oriente e para territórios sassânidas (persas) e bizantinos, conquistando rapidamente a Mesopotâmia e em 634 invadindo a Síria.
Tanto Bizantinos como Sassânidas estavam enfraquecidos pelas guerras constantes entre ambos. O Imperador Bizantino Flávio Heráclio Augusto e o rei Sassânida Izdegerdes III formaram uma aliança em 635 de forma a combater a ameaça árabe. O propósito desta aliança consistia num ataque simultâneo, Heráclio atacaria a força árabe na Síria, Izdegerdes teria que recuperar o controlo da Mesopotâmia, mas pela fragilidade da governação Sassânida, este não conseguiu reunir um exército.
Esta estratégia bizantina ia de encontro ao pretendido pelos muçulmanos, que apostavam a sua campanha militar na Síria, Palestina e Mesopotâmia numa vitória decisiva. Após descobrirem as intenções e planos bizantinos de recuperar Damasco e Ersema tentando flanquear e separar as diversas forças árabes, os muçulmanos aglomeraram as suas forças espalhadas pela Síria e posicionaram-se junto ao rio Jarmuque numa posição defensiva vantajosa, numa pequena elevação na planície, com aproximadamente 100 metros
A escolha do terreno e local onde a batalha iria ser travada era fundamental para obter vantagem e minimizar a larga desvantagem numérica que os árabes tinham relativamente aos bizantinos.
Com a vitória árabe nesta Batalha o Médio Oriente tornou-se maioritariamente muçulmano, marcou o fim da expansão bizantina e a confirmação da ascensão do poder islâmico. Após esta derrota os bizantinos começaram a adoptar uma postura mais defensiva e começaram gradualmente a ser pressionados por poderes islâmicos até a queda de Constantinopla às mãos dos otomanos em 1453. Graças á fragilidade que os Sassânidas mostravam, pouco tempos depois os muçulmanos conquistaram a Pérsia, controlando quase a totalidade do Médio Oriente.