Os Alanos foram um dos vários povos a migrar, saquear e atacar espaços territoriais romanos. Os registos sobre este povo são encontrados em textos gregos, romanos e chineses. Maioritariamente as invasões bárbaras foram perpetradas por povos germânicos, os Alanos são uma das excepções, eram um povo iraniano.
Durante vários séculos importunaram o Império Parta e o Império Romano nas suas províncias do Mar Negro. Conseguiram controlar um largo território no Cáucaso e rivalizar com as duas grandes potências na época, os Partas e Romanos.
O avanço dos Hunos um pouco por toda a Europa provocou um desequilíbrio de forças no Continente e a migração forçada de inúmeras tribos. Os Alanos não foram excepção, foram subjugados pelos hunos em 370 d.C.. Esta derrota provocou uma cisão neste povo.
Parte dos Alanos migraram para ocidente e aliaram-se a várias tribos germânicas na invasão da Gália. Fase á resistência dos Francos na Gália deslocam-se juntamente com Vândalos e Suevos para a Península Ibérica. Aí os Alanos formam um Reino de curta duração após conflitos com os Suevos e Visigodos.
Após a derrota dos Alanos frente aos Visigodos em 426 e morte do Rei Ataces, os Alanos apelaram a Gunderico, Rei dos Vândalos que aceitasse a coroa alana. Assim a partir de 426 os alanos ocidentais perderam a sua soberania e foram absorvidos pelos Vândalos.
Em 429 o Rei Vândalo e Alano, Genserico migra os dois povos para a Norte de África onde forma um poderoso Reino que conquistou diversos territórios Mediterrâneos ao Império Romano do Ocidente. No século VI fase às ambições do Imperador bizantino Justiniano I, em reestabelecer a antiga ordem Romana são derrotados e diluem-se na história.
Outra facção dos Alanos estabeleceu-se na região que actualmente denominados como Polónia, aí dominaram e miscigenaram-se com as populações eslavas locais onde permanecerem até 620, ano em que uma aliança com o imperador bizantino Heráclio contra os Ávaros permitiu a fixação deste povo na região da actual Sérvia e Croácia. Esta migração, miscigenação e fixação nos Balcãs esteve na génese dos eslavos actuais.
Um grupo mais pequeno de Alanos manteve-se no Cáucaso sobre o domínio Huno, e possivelmente são os ancestrais dos residentes da actual Ossétia. A continuarem nesta região passaram por diversas mutações, conversão ao Judaísmo, posteriormente ao Cristianismo e Islão. Tiveram que enfrentar a ascensão de poderes islâmicos e o Império Bizantino, com quem maioritariamente tiveram boas relações,
Perante o avanço Mongol no século XIII foram anexados por eles, no século seguinte seria Tamerlão a ocupar este território. No decorrer da época moderna seriam incorporados pelo Império Russo. Graças a conquista da Rússia de Cáucaso tornaram-se definitivamente cristãos ortodoxos.
A cisão entre as facções alanas possibilitou a fixação em vários pontos geográficos, mas não deixa de ser curioso que a única facção a sobreviver foi aquela que manteve-se no espaço original, sobrevivendo às diversas alterações políticas e ao passar da História.
References:
BALARD, Michel (et alii); A Idade Média no Ocidente: dos Bárbaros ao Renascimento, D.Quixote, 1994