Uma semana depois do início da Primeira Guerra Mundial Adolf Hitler alistou-se no exército da Alemanha. A Primeira Guerra Mundial começou no Verão de 1914 e assim Adolf Hitler passou a defender o exército bávaro. Nesta altura, Adolf Hitler já estava imbuído de um fervor nacionalista e racial por conta das suas experiências passadas.
No exército Adolf Hitler serviu como cabo, visto que não era cidadão nacional e sim austríaco. Essa era a categoria máximo que um cidadão estrangeiro podia almejar. No entanto, esse cargo refletia a posição de Adolf Hitler na sociedade na época em que entrou no exército. A sua folha de serviço foi no entanto exemplar. Com apenas três meses de treino, ele foi enviado para a Frente Ocidental. Durante a Guerra ele serviu em França e na Bélgica como mensageiro da 1ª Companhia do 16º Regimento da Infantaria do Exército Bávaro, uma posição considerada muito perigosa, visto que envolvia expor-se a vários perigos do fogo inimigo e até a ser apanhado pelo mesmo. Além disso não estava protegido pelas trincheiras. Adolf Hitler participou da Primeira Batalha de Ypres, na qual a sua unidade foi dizimada em quatro dias. Ao fim do conflito, de 3.500 soldados, sobraram apenas 600 para seguir em combate.
Foi condecorado em várias ocasiões pelos seus serviços durante a guerra. Primeiro foi condecorado em dezembro de 1914 com a Cruz de Ferro de Segunda Classe. Em Outubro de 1916, enquanto estava em França, Adolf Hitler foi ferido em batalha a norte do país. Foi atingido numa perna. No entanto, pouco tempo depois, em março de 1917, Adolf Hitler já estava de volta ao campo de batalha. Pelo ferimento em batalha Hitler recebeu a Das Verwundetenabzeichen (Condecoração por ferimentos de guerra). Essa condecoração foi recebida na época em que sofreu o ferimento, em virtude do facto de ter sofrido em batalha. Em agosto de 1918, recebeu a Cruz de Ferro de Primeira Classe, uma distinção raramente oferecida a não oficiais. Visto que não era um cidadão alemão ele não pode receber mais condecorações. Durante o período da Guerra Adolf Hitler não era querido entre os seus companheiros por causa da sua atitude submissa para com as entidades superiores. Ele tinha a ideia, conforme declarou em 1923 em tribunal de “Respeitar o superior, não contradizê-lo e obedecer às cegas”.
Contudo, apesar de não ser um cidadão alemão (apenas passou a sê-lo anos depois em 1932, quando adquiriu a nacionalidade alemã), durante a Primeira Guerra Mundial (à época a Grande Guerra), Adolf Hitler que já tinha ideias patriotistas, anti-semíticas e de superioridade de raças, desenvolveu uma paixão patriota pela Alemanha. Por causa disso, foi uma ferida muito grande na sua moral e um choque quando a Alemanha capitulou e desistiu da guerra em Novembro de 1918.
Em outubro de 1918, pouco antes do final da guerra, Adolf Hitler sofreu uma emboscada dum ataque de gás venenoso britânico próximo a Ypres. Depois de ficar temporariamente cego por causa dos gases tóxicos (segundo o pesquisador Bernhard Horstmann, a sua cegueira temporal pode ter sido resultado de uma reação histérica à derrota da Alemanha), ele ficou algum tempo num hospital de campanha. Quando foi informado de que a monarquia havia sido deposta e que um armistício seria assinado, dando a guerra por pedida, declarou: “Tudo ficou negro novamente diante de meus olhos”.
Segundo Adolf Hitler, esta derrota não foi do exército alemão, que continuava forte, mas sim dos políticos civis, dos judeus e dos marxistas conhecidos por parte da população alemã como “os criminosos de Novembro”.
Após o culminar da Primeira Guerra Mundial, Adolf Hitler permaneceu no exército, no entanto, agora estava ativo em suprimir revoltas que iam surgindo pela Alemanha. Voltou, por volta de 1919 a Munique. Recebia pela época um salário baixo, fazia depois parte do “pensamento nacional” organizados pelos departamentos de Educação e propaganda do grupo da Reichswerhr da Baviera, Quartel General número 4 sob o comando do capitão Mayr. Um dos principais objetivos desta task force foi encontrar culpados pelo fracasso alemão e o marxismo e os judeus foram os bodes expiatórios da derrota.
Nesta época, para Adolf Hitler, que tinha marcas de guerra e que tinha vivido os horrores da mesma, a questão da culpa era essencial. Foi um elemento essencial na propaganda de Mayr. Pelos seus dotes oratórios e inteligência, foi em Julho de 1919 nomeado líder e elemento de ligação do “comando de esclarecimento” com o objetivo de infleunciar outros soldados com a mesma ideologia. Foi então designado pelo quartel-general para se infiltrar num Partido nacionalista, o Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP). Adolf Hitler recebeu o número 555 (mas a sugestão de Hitler a numeração tinha começado no 500 para que desse a aparência do partido ser maior do que realmente era). Aqui Hitler conhece um anti-semita Dietrich Eckart, que é também um dos primeiros membros do partido.
É pelo último semestre de 1919 que Hitler escreve o seu primeiro texto conhecido, anti-semita, num relatório do partido. Ele, no texto faz a apologia a um anti-semitismo racional que não recorreria aos pogroms (ataque violento e maciço a um grupo de pessoas) mas que “lutaria de forma legal para remover os privilégios gozados pelos judeus em relação a outros estrangeiros (…) O seu objetivo final porém, deve ser a remoção irrevogável dos judeus.”
Adolf Hitler seria liberto do exército em 1920. A partir dai embrenhou-se na política.