A Moda Eduardiana, corresponde à moda que ocorreu durante a Era Eduardiana ou Período Eduardiano e sucedeu à Moda Vitoriana. O Período Eduardiano é conhecido assim, devido ao sucessor da rainha Vitória da Inglaterra, Edward VII e corresponde ao período compreendido entre 1901 a 1910 no Reino Unido, que corresponde, mais ou menos, com a totalidade de anos do reinado de Eduardo VII, que morreu a 6 de Maio de 1910 em Londres.
A Era Eduardiana ficou marcada por um grande entusiasmo pela arte e pela moda na Europa ocidental e desenvolve-se quando o sistema de classes britânicas estava a passar pela sua, mais complexa e rígidas mudança do pensamento social e durante um crescente interesse no socialismo. E a preocupação com os direitos das mulheres como o sufrágio feminino (direito das mulheres votarem).
Com a coroação de Eduardo VII em 1901 inicia-se a Era Eduardiana, que durou até meados de 1910. Enquanto isso, em França, ocorre um movimento cultural, chamado Belle Époque. A Era Eduardiana e a Belle Époque eram contemporâneas e bastante semelhantes, mas uma decorreu em Inglaterra e a outra em França. Ambos representaram um período de tranquilidade, renovação, optimismo e ostentação. E ficaram marcadas pelas profundas modificações culturais que influenciaram o modo de pensar e de viver.
O rei Eduardo VII é conhecido pelas suas aventuras, inúmeras amantes, extravagâncias e excessos, o oposto do recato e moralidade de sua mãe, a Rainha Vitoria. Era conhecido pelo seu gosto peculiar por mulheres maduras e dominadoras com busto volumosos e exuberantes. Então, surge o espartilho com a frente recta e rebaixada, construído de maneira a obrigar o corpo a assumir uma curvatura em forma de S, com cintura diminuta e busto unificado e protuberante, equilibrado por ancas arredondadas e volumosas.
A Moda Eduardiana, é marcada pelo luxo e a beleza das suas roupas, pela silhueta em forma de ampulheta, os grandes chapéus elaborados e os penteados volumosos.
A moda feminina deste período foi marcada pelo exagero e a ostentação, onde reinavam o contraste entre os bustos volumosos, as cinturas diminutas e as saias que passam a ser rectas na frente e volumosas por atrás, com o uso das famosas anquinhas, criando uma forma semelhante a um sino, seguindo ajustado aos quadris e abrindo em direcção ao chão.
Era uma moda extremamente ornamentada, com o uso de penas, rendas, pérolas, golas, plissados, bordados, lantejoulas, rufos, mais os respectivos acessórios, luvas, guarda-chuvas, bolsas de mão…
Durante o dia as roupas cobriam o corpo quase por completo, chegando ao pescoço com rectas e rígidas golas, que eram mantidas assim, com barbatanas rígidas e reforços do tecido. Os vestidos percorriam de forma ajustada todo o corpo até chegar aos quadris e depois continuava até ao chão abrindo volumosamente para trás e em forma de sino, criando muitas vezes uma calda que deslizava com sexualidade pelo chão. Durante a tarde, para a hora do chá, as mulheres trocavam de roupa, passando para vestidos mais soltos e leves de estar por casa, onde as mulheres podiam desfrutar de um momento de relax e estar sem a necessidade de espartilho. Os vestidos de noite voltavam a explorar ao máximo a forma do corpo feminino, mas com muito mais sensual, através dos seus decotes rectos e os espartilhos apertados ao máximo, expondo o busto, ombros e as sensuais formas do corpo feminino.
Os acessórios também se destacaram na moda Eduardiana, principalmente os chapéus que eram quase obrigatórios no look de qualquer mulher. Chapéus imensos enfeitados com plumas, pérolas, flores e até pássaros artificiais, que adornavam as cabeças, usados como uma forma de determinar e afirmar o seu status.
A maquilhagem e os perfumes tornaram-se uma parte cada vez mais importante na busca pela beleza, mas as mulheres Eduardianas continuavam a colocar grande ênfase na tez natural e tratamentos da pele. Muitas mulheres beliscavam as bochechas e mordiam os lábios para conseguir um rosado gracioso, enquanto as atrevidas recorriam a pomadas pigmentadas para os lábios e rouge.
A moda masculina era dominada pelas camisas brancas e rectas de colarinho muito altos e rectos, coletes ajustados, casacos de abas de grilo e calças vincadas à frente, de cintura subida e com um comprimento ligeiramente acima do sapato. Os bigodes generosos e barbas aguçadas também faziam parte da representação masculina da época.
References:
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