Lusitânia

A Lusitânia correspondia ao território habitado pelos lusitanos na Península Ibérica. Com a conquista romana tornou-se uma província do Império.

Enquadramento do Lusitânia:

Territorialmente a Lusitânia correspondia a grande parte do actual território português, estando na génese do nacionalista português assente na resistência de Viriato à ocupação Romana. Englobava todos os actuais territórios portugueses a sul do Rio Douro e a Estremadura Espanhola.

A Península Ibérica foi um dos locais de fixação dos Celtas, ai desenvolveram uma cultura e identidade própria. Os lusitanos foram um dos povos resultantes da miscigenação dos Celtas com os Ibérios. Embora os registos historiográficos sobre a Lusitânia sejam da Época Clássica, as escavações arqueológicos permitiram determinar que esta região era habitada desde o Neolítico.

No contexto das Guerras Púnicas entre as duas grandes potências do Mediterrâneo – Roma e Cartago, a República Romana invade a Península Ibérica numa tentativa de fragilização do poder cartaginês. Após derrotar Cartago e estabelecer-se na Península Ibérica, as riquezas da Hispânia e da Lusitânia em particular incentivaram os romanos a conquistar a totalidade do território peninsular no século II a.C..

Demoraria mais de um século a conquista e pacificação da Península Ibérica por parte de Roma. Os lusitanos foram um dos grandes símbolos da resistência ibérica á ocupação latina. Viriato o epíteto da luta pela liberdade e resistência à ocupação romana da Lusitânia. Mais tarde com a emergência do nacionalismo, as origens de Portugal são associadas com os lusitanos e Viriato.

Após décadas de violentos confrontos que causaram inúmeros baixas aos romanos e levaram o povo lusitano á extinção, os poucos que sobreviveram foram escravizados ou assimilados, Roma adquire o total controlo da Lusitânia e noroeste peninsular no final do último século antes do nascimento de Cristo.

Sobre a administração romana a Lusitânia tornou-se uma província e prosperou essencialmente nos territórios a sul do Tejo. Como era usual na divisão administrativa romana a Lusitânia foi dividida em três conventos regidos por uma cidade central.

  • Convento Emeritense, administrado por Emerita Augusta (Mérida)
  • Convento Pacense, sediado na Pax Júlia (Beja)
  • Convento Escalabitan, com sede em Escálabis Júlia (Santarém)

A fragilização do Império Romano no século V levou á ocupação desta província pelos Alanos em 411. Os diversos conflitos entre os povos bárbaros que fixaram-se na região levaram a que a Lusitânia fosse controlada não só por Alanos, mas também por Suevos e posteriormente por Visigodos que unificariam a Península Ibérica até a conquista árabe de 711.

Embora o nacionalismo português advogue a estreita ligação entre lusitanos e a História portuguesa, isso não passa de uma construção fantasiosa dos factos. Primeiramente porque o Condado Portucalense tinha os seus domínios entre a Galécia e a Lusitânia e porque os lusitanos enquanto povo identitário, independente e soberano foi dizimada pelos romanos

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References:

MENÉNDEZ PIDAL, Ramón (Dir.); Historia de España, Espasa-Calpe

GARCÍA DE VALDEAVELLANO, Luis; Curso de Historia de las Instituciones Españolas, Alianza Editorial, 1982

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