O Império Aqueménida, também designado como Primeiro Império Persa, estabeleceu-se no ano de 550 a. C. e perdurou até 330 a.C., quando caiu perante o avanço grego comandado por Alexandre Magno.
O Império Aqueménida teve a sua origem na tribo dos persas. Inicialmente um povo nómada das planícies iranianas, gradualmente foram-se cimentando nesta região, sendo incorporados no Império Assírio inicialmente, e posteriormente na Confederação Meda.
Em 550 a. C., Ciro, lidera uma revolta persa, contra a Confederação Meda, rebelião provocada pelo sentimento de injustiça que os persas sentiam pela forma como a confederação os governava e administrava. Desta rebelião nasce o Império Persa Aqueménida e a derrota e consequente extinção da Confederação Meda.
Ciro, que viria a ter o cognome de o Grande, incorporou os territórios da Confederação em territórios Persas, formando assim um Império que viria a influenciar o Império Romano em termos administrativos e construção de vias de comunicação (estradas) que beneficiavam as trocas comerciais e deslocação de tropas pelos territórios controlados.
Os territórios anexados por Ciro após a conquista da Confederação englobavam, o que actualmente corresponde ao Irão, Iraque, Síria, leste da Turquia e parte do Cáucaso e Ásia Central, os governantes seguintes continuaram a política de expansão, anexando o que nos nossos dias corresponde ao Líbano, Jordânia, Israel, Egipto, a Anatólia, ao Chipre, ao Paquistão, ao Afeganistão e territórios em redor ao Mar Negro, Bulgária e Ucrânia.
Imperio Aqueménida
Este vasto território, e contínua expansão acabaria por chocar com outra civilização que emergia no sul da Europa – os gregos. Os gregos detinham uma forte influência sobre os estados existentes na Anatólia e Chipre, a conquista destes espaços pelos persas levou a que estas regiões rebelassem-se contra os novos mestres, com o apoio dos gregos. Face a estas ameaças os imperadores Dário e Xerxes tentaram conquistar a Grécia, mas ambos foram derrotados e as aspirações de conquista europeia por parte dos Persas chegaram ao fim. Em última análise os persas viriam a ser derrotados pela ameaça que sentiam na fronteira ocidental do Império.
O tipo de governação implementada por Ciro, o Grande tinha em consideração as várias sensibilidades existentes no seio do Império, cada povo controlado pelos persas tinha direito a manter as suas tradições, culturais, religiosas e linguísticas, assim como a administração dos seus territórios.
O Zoroastrismo era a religião oficial do Império e a mais amplamente difundida, mas a prática e respeito por outras religiões era recorrente de tempo que este império subsistiu, esta abertura religiosa favorecia o controlo e satisfação dos diversos vassalos imperiais.
Esta aceitação e fomento pela multiculturalidade destoam do tipo de poder absolutista e ditatorial imposto pela generalidade dos impérios, e esteve na génese da força e enfraquecimento dos aqueménidas. Este poder descentralizado originou um conjunto de revoltas tanto políticas como militares, que minaram o poder, aglomeração, coesão e capacidade de responder a forças externas, como o exército de Alexandre que acabaria por conquistar todo o Império.
Alguma historiografia não considera a derrota do último imperador Aqueménida – Dário III como o fim do Império, mas sim a morte de Alexandre e desfragmentação do Império constituído por ele, como o fim do Primeiro Império Persa. Alexandre imergiu profundamente na cultura persa, adoptando largos aspectos da sua cultura como seus. Os persas inspiraram tanto gregos como romanos, e o seu legado perdurou ao longo das eras até os nossos dias.
References:
TAVARES, A. A.; As Civilizações Pré-Clássicas. Guia de Estudo, Lisboa, Ed. Estampa, 1980
