Enquadramento e Contextualização das Guerras Greco-persas:
As Guerras Greco-persas iniciaram-se após a expansão persa para a região da Anatólia. Paulatinamente o Império Aqueménida tornava-se a maior entidade governativa que alguma vez o mundo havia visto, com territórios que estendiam-se deste a Ásia Central até o Egipto. Nesta lógica de expansão territorial, voltaram-se para a rica região da Anatólia, na época extremamente influenciada pela cultura grega.
Ao longo dos séculos VIII e VII antes do nascimento de Cristo, os gregos começaram a tirar partido da riqueza comercial da Anatólia, estabelecendo um conjunto de colónias na região, essencialmente nas zonas costeiras. Estas colónias tiravam partido da localização geográfica privilegiada da Anatólia, para expandir a influência grega no comércio com o Médio Oriente e Cáucaso.
Estas colónias gregas rapidamente formaram uma entidade governativa comum (Liga Jónia), mas cairiam uma por uma mediante a expansão de outra entidade governativa da Anatólia, o Reino da Lídia. A riqueza comercial e de recursos desta região despertaram, o interesse da Império Aqueménida, que termina a conquista deste espaço em 546 a.C., com Ciro II. A anexação anterior das colónias gregas pela Lídia fez com que, a conquista deste reino pelos persas, resultasse também na anexação das antigas colónias gregas.
Em 499 a.C., as cidades gregas na Anatólia, apoiadas por Atenas, revoltam-se contra o domínio persa. Tiveram um sucesso inicial, recuperando soberania e diversos territórios perdidos, mas em 493 os Aqueménidas já tinham conseguido recuperar o controlo da região.
Guerras Greco-persas:
Dário I, após o apoio ateniense à revolta grega na Anatólia, apercebeu-se do perigo que esta civilização representava ao seu Império, e paralelamente pretendia punir os gregos pelo apoio dado à rebelião. Em 490 a.C. é feita a primeira tentava de invasão persa. O exército ateniense comandado por Milcíades encontra, a força persa na Batalha de Maratona (490 a.C.), onde contra todas as expectativas consegue uma grande vitória e impede a invasão persa da Grécia.
Em 480 a.C. o filho de Dário I, Xerxes, que havia herdado o trono Aqueménida após a morte do pai, inicia outra invasão da Grécia, este é o segundo momento das Guerras Greco-persas. No Verão de 480 enfrenta na Batalha de Termópilas, uma pequena força grega, comandada pelo Rei Leónidas de Esparta. Durante três dias os gregos conseguiram impedir o avanço grego, causando muitas baixas no gigantesco exército persa. Embora desta batalha tivesse resultado uma derrota grega, a moral e confiança persa foi abalada, por um pequeno contingente grego ter conseguido estancar o avanço aqueménida e causado, pesadas baixas.
Seguidamente os persas pilharam e saquearam a cidade de Atenas. O rumo da guerra começou a mudar após a vitória da marinha ateniense contra a persa na Batalha Naval de Salamina. Em terra, a 27 de Agosto de 479, uma coligação composta por diversas cidades-estado gregas, incluindo Atenas e Esparta, derrotou o exército Persa na Batalha de Plateias. Esta vitória grega provocou a retirada dos persas da Grécia e o fim das Guerras Greco-persas.
Embora as Guerras Greco-persas tivessem chegado ao fim, os aqueménidas não perderam o interesse e preocupação com a Grécia, a derrotas nos dois momentos das Guerras Greco-persas, só reforçaram essa preocupação, mas levaram a uma alteração da estratégia persa. Passaram a influenciar a política interna grega, causando a divisão entre as cidades-estado.
A quezília entre gregos e persas apenas seria solucionada no século seguinte com a conquista do Império Aqueménida por Alexandre Magno. As rivalidades internas muito instigadas pelos persas, facilitaram a conquista da Grécia por Filipe II, pai de Alexandre, que unificou os gregos, e possibilitou as conquistas de Alexandre.
References:
MARTIN, T. R.; Breve História da Grécia Clássica. Da pré-história à época helenística, Editorial Presença, 1998
FERREIRA, José Ribeiro; A Grécia Antiga, Edições 70, 2004
