A Batalha de Maratona surge no seguimento do expansionismo da Pérsia, na época Império Aqueménida. Embora tivessem existido diversos grandes impérios, antes do primeiro império persa, a autoridade imperial Aqueménida, foi a primeira entidade governativa a controlar um território tão vasto que se estendeu por três Continentes, Ásia, Europa e África. Os gregos ao longo do último milénio antes do nascimento de Cristo haviam estabelecido um conjunto de colónias na região da Anatólia, actualmente parte asiática da Turquia.
A localização estratégica da Anatólia potenciou o interesse persa na região, que rapidamente conquistou a região aos gregos situados essencialmente nas zonas costeiras, onde podiam controlar a actividade comercial. Na época os gregos estavam divididos em cidades-estado, sendo Atenas e Esparta as mais influentes em termos políticos e militares.
As ambições expansionistas Aqueménidas, após finda a conquista da Anatólia, voltaram-se para a Grécia. Este conflito ia muito mais além da simples questão territorial e expansão de domínios, foi um verdadeiro conflito e choque cultural. Face à resistência grega na Anatólia os persas viam os gregos como uma ameaça que deveria ser contida, os gregos tentavam manter a sua soberania e autodeterminação.
É neste contexto que deu-se a Batalha de Maratona, enquadrada na Primeira Guerra Grego-Persa. Em Setembro de 490 a. C. as forças persas desembarcam na Grécia. O general ateniense Milcíades procurou conter a ameaça persa, enviou Fidípides a Esparta solicitando auxilio militar, reza a lenda que Fidípides fez os 200 km que separavam Atenas de Esparta a pé em apenas um dia.
Os Espartanos aceitaram juntar-se aos atenienses, mas por razões religiosas apenas o podiam fazer volvidos seis dias. Milcíades não podia esperar aproximadamente uma semana, mediante a proximidade geográfica de Atenas do mar e local desembarque Persa. O general Ateniense reuniu segundo diversas fontes entre dez a quinze mil soldados e foi ao encontro das forças persas, que teriam entre vinte a trinta mil efectivos. Algumas crónicas gregas referem que as forças Persas na Batalha de Maratona ascendiam ao milhão, mas este número é um claro exagero de valorização da vitória ateniense.
A Batalha propriamente dita travou-se a pouco mais de quarenta quilómetros de Atenas. Milcíades conseguiu impedir a utilização eficaz de cavalaria por parte dos Persas, o movimento táctico do general ateniense foi fundamental para o desfecho da Batalha de Maratona. Os Persas utilizavam essencialmente espadas curtas, que pouco efeito tinha contra os gregos equipados com lanças longas que impediam a aproximação persa requerida num combate com espada. Os persas em determinado momento da batalha ainda conseguiram romper a pressão grega, mas estes rapidamente recuperaram o controlo da contenta empurrando os persas em direcção aos barcos.
As forças aqueménidas tiveram seis mil baixas, o restante do seu efectivo voltou para a Ásia, do lado grego as baixas foram de apenas 192 hoplitas. De forma a avisar da vitória grega na Batalha de Maratona, Milcíades enviou Fidípides a Atenas, após ter percorrido os 42 km que separavam Maratona da cidade grega caiu morto de exaustão, não sem antes dizer “Alegrai-vos, atenienses, nós vencemos!”.
A prova de atletismo da maratona é feita em homenagem a Fidípides, nesta competição é percorrida exactamente a mesma distância que este percorreu entre Maratona e Atenas. Esta Batalha foi uma importante vitória para os gregos, mas seria apenas a primeira tentativa de anexação persa da Grécia.
References:
FERREIRA, José Ribeiro; Civilizações Clássicas I. Grécia, Universidade Aberta, 1996
C. Mossé & A. Schnapp-Gourbeillon; Síntese de História Grega, Edições Asa, 1994