Arquitetura da Grécia Antiga

Olhar sobre as características da arquitetura da Grécia Antiga

A arquitetura da Grécia Antiga, pautada pelo ideal de racionalidade (que fora, na verdade, uma característica do homem helénico), exprime-se largamente na procura de harmonia e de proporção. O período mais importante destas manifestações arquitetónicas corresponde ao período clássico (séculos V e VI a.C.), o qual espelha, ainda hoje em dia, uma beleza sem igual, nomeadamente no que diz respeito aos templos.

A construção e financiamento dos vários estádios, teatros, pórticos, ou templos era da responsabilidade do Estado, na medida em que estes edifícios, no seu todo, eram necessários ao bom funcionamento das instituições e às manifestações civis e religiosas da Pólis. Assim, a arquitetura da Grécia Antiga tinha um carácter essencialmente funcional e público.

Os edifícios públicos com mais importância eram os templos, embora os teatros também fossem largamente destacados, pois estavam ligados ao culto.

Os templos eram maioritariamente construídos em pedra calcária, mas também se utilizava o mármore, como foi no caso da acrópole. Seguidamente, depois de erigidos, eram pintados com cores vivas, como o azul, ou o vermelho. Já os capitéis jónicos eram, por vezes, pintados de dourado.

Quanto à sua tipologia, esta era bastante limitada, pois as dimensões dos edifícios eram modestas: constavam de uma cella, ou naos (local onde estava colocada a estátua da divindade), antecedida pelo pronaos e seguida pelo opistodomos, tudo rodeado por colunas, o peristilo.

No entanto, apesar das dimensões dos templos serem limitadas e de apresentarem sempre a mesma estrutura quadrangular, estes edifícios não deixavam de ostentar harmonia, algo que, para os gregos, derivava da racionalidade, do número. Na verdade, qualquer obra artística obedecia a estas regras de proporção e de harmonia. A título de exemplo, nos templos dóricos as proporções da colunata constavam de seis colunas por treze, ou seja, o dobro e mais uma e à altura da coluna correspondia o dobro da distância entre os dois eixos.

Cada vez que começavam uma construção, os arquitetos já sabiam de antemão o efeito que iriam obter ao terminá-la, desde que seguissem todas as regras. Mantinham-se dentro dos cânones que estavam definidos, explorando quanto podiam as possibilidades dos mesmos, apenas introduzindo pequenas marcas de originalidade.

A distinção entre os templos que foram construídos assenta em várias diferenças quanto às colunas e ao entablamento. Neste sentido, foram definidas três ordens arquitetónicas distintas:

  • a ordem mais antiga, a ordem dórica, apresenta colunas grossas, de arestas vivas, sem base e que assentam diretamente no estilóbato. O capitel é simples, de ábaco e de esquino e não ostenta qualquer decoração. O friso é dividido em métopas e tríglifos. Na ordem dórica foram construídos os templos de Apolo, em Corinto, o de Hera, em Olímpia, os quais datam do século VI a.C., e o Pártenon, na acrópole de Atenas, o qual data do século V a.C..
  • a ordem jónica apresenta colunas mais esguias e mais detalhadas em relação às da ordem dórica, as arestas são cortadas e assentes numa base. O capitel é de volutas e de friso contínuo. O período de formação deste estilo decorre entre o século VI a.C. e meados do século V a.C., sendo os templos mais importantes os de Atena Nike e o Erecteion, ambos em Atenas.
  • a ordem coríntia é uma variação da ordem jónica, mas o capitel das colunas apresenta uma decoração peculiar de folhas de acanto. Outas variantes relativamente à coluna jónica são a cariátide, ou seja, uma coluna em forma de mulher, e o atlas, uma coluna em forma de homem. O período deste estilo arquitetónico decorreu no século V a.C., sendo o templo mais notável o de Zeus, em Atenas.
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