Suzanne Lenglen foi uma das melhores tenistas de todos os tempos com mais de 150 títulos alcançados em toda a sua carreira.
Começou no ténis por orientação parental, já que sofria de asma crónica e os pais entenderam que a prática de desporto e, no caso, de ténis iriam ajudar a pequena Lenglen a ganhar maior resistência e estabilidade. Através dos pais, começou a praticar e a ter os primeiros ensinamentos e disputas nos courts em 1910 e com apenas 14 anos de idade, Suzanne Lenglen jogou a sua primeira final nos campeonatos franceses sendo que nesse mesmo ano, 1914, e acabada de fazer 15 anos de idade, vence o Campeonato Mundial de Terra Batida. Com isto, sagrou-se a vencedora mais jovem de sempre a conquistar um título, recorde que ainda é seu e que irá permanecer nos próximos tempos porque, hoje em dia, existe uma maior protecção relativamente à progressão de tenistas em idades mais jovens que não permite a presença na maioria dos torneios em tão tenra idade. No período da I Grande Guerra, não se realizaram os torneios mais importantes e por isso, não se pôde assistir ao crescimento exponencial da carreira de Suzanne Lenglen que viria a acontecer no pós-guerra, com imensas vitórias em Roland Garros e Wimbledon. Em 1925 e 1926, Suzanne Lenglen dominou, por completo, o Open de França ao ganhar em Singulares, Pares Femininos e Pares Mistos. Em Wimbledon, a francesa ainda conseguiu ser mais avassaladora. Entre 1919 e 1923 e em 1925, Lenglen venceu o torneio inglês na vertente de singulares e de pares femininos, sendo que em 1920, 1922 e 1925, venceu, também, os pares mistos. Depois de ter ganho, em 1914, o Campeonato Mundial de Terra Batida, voltou a vencer em 1921, 1922 e 1923. Suzanne Lenglen chegou a participar nos Jogos Olímpicos de 1920, em Antuérpia em que alcançou dois títulos olímpicos em Singulares e Pares Mistos e uma medalha de bronze nos pares femininos. Em toda a sua carreira enquanto tenista, apenas perdeu sete encontros e venceu 341 partidas, tendo o maior rácio de vitórias de sempre sob o número de jogos realizados, com 98%. E para compreender ainda melhor os números da tenista francesa, seis das sete derrotas de Lenglen decorreram ainda Lenglen não tinha 15 anos de idade. E em 1921, perdeu o seu último jogo da carreira e foi porque teve necessidade de abandonar. Aliás, essa derrota tem uma história por detrás dela. Suzanne Lenglen partiu rumo aos Estados Unidos para participar em algumas partidas de exibição mas chegada aos Estados Unidos viu-se obrigada a participar no Open dos Estados Unidos depois de ter sido inscrita pelos promotores. E depois de ter ganho na primeira ronda da prova americana a segunda ronda não correu bem porque a atleta não estava em óptimas condições físicas devido a um problema de saúde e após ter perdido o primeiro set frente a Molla Mallory, desistiu o que provocou a ira nos adeptos americanos e fez com que os restantes encontros de exibição fossem cancelados. Em 1927, Lenglen dá por terminada a carreira sem dar por terminada a sua ligação ao ténis. Criou uma academia de ténis perto de Roland Garros, onde se realiza o Open de França, e foi um sucesso chegando a ser catalogado como Centro Treino Federativo a partir de 1936, sinal da qualidade do trabalho da francesa que, também, se confirmava em vários livros técnicos sobre o desporto. Morreu em 1938 depois de ter sido diagnosticado com uma leucemia que se tornou mais tarde numa anemia e que lhe levou a vida a 4 de Julho desse ano. Em 1997, os organizadores do Open da França atribuíram o nome de Suzanne Lenglen ao court secundário em Roland Garros.