Biografia de José Maria Pedroto
José Maria Pedroto foi um ex-jogador e treinador de futebol, tendo sido uma das figuras do FC Porto, chegando, também a seleccionador nacional.
Nascido na cidade de Lamego a 21 de Outubro de 1928, José Maria de Carvalho Pedroto viu o seu pai morrer cedo, apenas com sete anos, e isso catapultou a sua ida para a cidade do Porto, onde esteve por pouco tempo, indo morar para Pedras Rubras. Nesse curto espaço de tempo, já sentiu o que era o Futebol Clube do Porto, onde jogou nos Infantis. Em Pedras Rubras, Pedroto jogou no clube local e chamou às atenções do Leixões onde jogou em juniores. Ainda esteve durante três temporadas mas em 1949 foi para o Lusitano de Vila Real de Santo António, por questões de logística e distância. É que Pedroto foi chamado para o cumprimento do serviço militar em Tavira e, assim, ficava mais perto. E foi aí que começou a dar nas vistas. Pedroto era dono de um drible exímio e de uma coordenação motora notável que permitia criar os desequilíbrios no meio-campo adversário para marcar golos. A sua inteligência e visão de jogo foram-se aprimorando com a sua experiência o que viria a ser de maior evidência, mais tarde, como treinador. Como jogador, definia-se, sobretudo, como estratega ou organizador de jogo.
Na sua estreia na I Divisão, em 49/50, Pedroto marcou 12 golos em 25 jogos pelo Lusitano de Vila Real de Santo António e as suas exibições fizeram que o despique pela sua contratação fosse intenso. Ainda assim, viria a concretizar-se, tendo Pedroto assinado pelo Belenenses onde ficou por duas temporadas, tendo completado 54 jogos e marcado 16 golos. A sua qualidade futebolística destacava-se dos demais e o FC Porto não deixou os créditos por mãos alheias. Contratou Pedroto por 500 contos, a transferência mais cara na altura, em Portugal. A sua história no FC Porto, enquanto jogador, começou em 52/53 e tornou-se um ídolo azul e branco, com a conquista de dois títulos de campeão nacional, em 55/56 e 58/59 e duas vitórias na Taça de Portugal, em 55/56 e 57/58. Ao todo, foram 179 jogos e 33 golos em oito temporadas de glória azul e branca. Jogou pela Selecção Nacional em 17 ocasiões.
A sua última temporada enquanto jogador foi em 59/60 e começou logo outra, ainda mais produtiva, a de treinador. Começou por treinar nos juniores do FC Porto mas rapidamente, passou para Seleccionador Nacional dessa mesma camada jovem e mais tarde, chegaria mesmo a Seleccionador Nacional, em Seniores. Estreou-se nos Seniores pela Académica de Coimbra, tendo treinado em clubes como o Boavista, o Varzim, o Leixões, o Vitória de Setúbal e o Vitória de Guimarães. Mas o mais importante e onde deixou a sua marca até aos dias de hoje. Muito do que o FC Porto é hoje, se deve a José Maria Pedroto, directa ou indirectamente.
A sua sagacidade e capacidade técnica e táctica e o seu discurso viral contra as massas eram os pontos de um treinador que revirou o espectro futebolístico em Portugal. Esteve no FC Porto em três ocasiões distintas. A primeira vez foi entre 66 e 69, altura em que vence uma Taça de Portugal. A segunda passagem ocorreu entre 76 e 80, vence uma Taça de Portugal e dois campeonatos e sai do FC Porto porque a administração não acolhia o seu discurso de anti-rivais que ele estabelecera dentro do clube e a saída do clube aconteceu, originando, o episódio do “Verão Quente”, em que Pinto da Costa e diversos jogadores da equipa abandonaram o clube em solidariedade com Pedroto. Mas a história com o clube não terminaria aqui.
Pinto da Costa chegava a Presidente do FC Porto e contrata Pedroto para treinador do Porto em 82/83. Começavam aqui as fundações de um Porto dominador internamente e titulado nas competições europeias. Em 83/84, ainda levou o FC Porto à final da Taça das Taças mas já se encontrava muito debilitado devido a doença cancerígena. Faleceu em Janeiro de 85 e não viu o FC Porto tornar-se campeão europeu dois anos mais tarde. Nesse mesmo ano de 85 foi feito Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique e dez anos mais tarde, foi feito Grande-Oficial da Ordem de Mérito.