Primeiros passos da carreira de Pedro Mantorras
Nascido no Huambo, Pedro Mantorras mudou-se muito novo para a Capital de Angola, Luanda, devido ao ambiente de guerra civil que existia naquela altura no país africano. Ainda assim, ele e a família passaram por dificuldades, sendo que Mantorras passou a ser o responsável pela família numa determinada altura em que a Mãe ficara doente. Trabalhava, cuidava da família e ainda jogava a bola nos tempos livres. Começou por jogar no clube do seu bairro, o Progresso de Sambizanga, tendo por maior dificuldade… jogar com chuteiras. Ainda assim, isso não impediu a rápida ascensão no clube angolana, estreando-se na equipa principal com 16 anos. Mantorras ganhou esta alcunha devido à expressão utilizada pelos amigos (“Mano torras”) quando o jovem Pedro não evitou queimar-se com água a ferver.
Pedro Manuel Torres “Mantorras”
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Mantorras: do FC Barcelona ao Alverca
Mantorras é chamado a representar a selecção angolana e é decisivo logo na primeira vez que joga com os Palancas Negras, com o único golo contra a Etiópia. Mas em Lisboa, brilhou a bom nível, num torneio realizado pela selecção de esperanças de Angola e despertou o interesse de vários clubes europeus de topo. O empresário Jorge Mendes tratou de colocá-lo no Barcelona, onde fez os testes que agradaram aos responsáveis, contudo não se chegou a acordo para uma transferência e ficou sem efeito. Mas a sua carreira de futebolista iria singrar em Portugal, pela mão de Luís Filipe Vieira, na altura, Presidente do Alverca e que seria uma espécie de Pai para o angolano. Torna-se um símbolo do clube ribatejano, ajudando o clube a subir à I Divisão. Luís Filipe Vieira integra a direcção do SL Benfica entretanto e, em 2001, leva Pedro Mantorras para o SL Benfica, onde o comparam ao Rei Eusébio. Isto depois de ter brilhado com um hat-trick ao Sporting em que entrara como suplente.
Estrelato, as lesões e o “Efeito Mantorras” no Benfica
As comparações com Eusébio e as expetativas criadas em redor do “Menino do Huambo” confirmaram-se nos primeiros tempos no SL Benfica, com bons jogos e golos a condizer até começar um longo calvário de lesões. Para a história fica o pedido de Luís Filipe Vieira: “Deixem jogar o Mantorras”. O Angolano era alvo de forte marcação e isso redundou na primeira lesão que redundou em várias operações ao joelho, sobretudo, entre 2002 e 2004. Nunca mais voltaria a ser o que poderia ter sido. Um jogador de craveira mundial. Mas o talento continuava dentro dele e os adeptos sentiam que ainda podia ajudar a equipa. E o “Efeito Mantorras” foi determinante para a conquista do título de campeão nacional do SL Benfica, em 2004/2005. Só jogava em algumas partidas os últimos 15 minutos, normalmente, durante essa época, mas foi o suficiente para ajudar o SL Benfica a levar de vencida um campeonato que teimava em fugir ao clube encarnado desde 1994.
O fim da Carreira de Mantorras muito antes do seu inicio
Mantorras ainda conseguiu participar na maioria dos jogos na época seguinte (2005/2006), mas nunca mais recuperou a condição física e nunca mais voltou a ser opção concreta para jogar, tornando-se num elemento forte no balneário e os benfiquistas nunca se esqueceram dele. Terminou a carreira em Fevereiro de 2011, com pouco mais de 28 anos de idade. Ainda tentou regressar ao Futebol, no 1º de Agosto, mas sem sucesso, tendo Luís Filipe Vieira reservado um lugar na estrutura do clube do Estádio da Luz, como Embaixador do Benfica.
Dados Cronológicos da Carreira de Mantorras:
1999 – Progresso de Sambizanga
1999/2001 – Alverca (34 jogos/10 golos)
2001/2010 – Angola (29 jogos/4 golos)
2001/2011 – SL Benfica (129 jogos/31 golos)