Biografia de Cândido Fernandes Plácido de Oliveira, falecido no ano de 1958 e que ficou conhecido pela sua carreira no mundo do futebol português quer como jogador, quer como treinador e também como jornalista desportivo. Nos dias de hoje tem uma competição em seu nome, a Supertaça Cândido de Oliveira.
Cândido de Oliveira
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Cândido Fernandes Plácido de Oliveira, mais conhecido apenas como Cândido de Oliveira no mundo do desporto em Portugal, em particular no mundo do futebol, foi um jogador e treinador português que também se destacou pelo trabalho desenvolvido enquanto jornalista desportivo. A carreira de Cândido de Oliveira começou na Casa Pia de Lisboa – um organismo do Estado Português que tem como missão principal promover os direitos e a proteção das crianças e dos jovens e que funciona sob tutela do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social. Cândido de Oliveira entrou na Casa Pia no ano de 1905 depois de ter ficado órfão e foi lá na Casa Pia que Cândido de Oliveira começou a dar os primeiros passos no mundo do futebol e a jogar pelas primeiras vezes à bola. No ano de 1914 passou para a primeira categoria do Sport Lisboa e Benfica, clube do qual saiu seis anos depois, no ano de 1920, ano em que criou o clube Casa Pia Atlético Clube que é uma associação de utilidade pública que agrega todos os integrantes da Casa Pia e também antigos alunos. Cândido de Oliveira foi também jogador e capitão da seleção nacional no primeiro jogo internacional da história, disputado contra a seleção da vizinha Espanha, no ano de 1921.
No ano de 1928, Cândido de Oliveira foi treinador e selecionador. A prestação da seleção de Portugal nos Jogos de Amesterdão, na Holanda, foi um sucesso que só conseguiu ser ultrapassado no mundial do ano de 1966 com o 3º lugar que a equipa onde jogava Eusébio, conseguiu alcançar. Além de treinador e selecionador, Cândido de Oliveira começou uma carreira no mundo do jornalismo e da comunicação, mais particularmente na área do jornalismo de desporto. Escreveu para a «Stadium» e mais tarde foi diretor do «Os Sports», do «Diário de Lisboa», do «Diário de Notícias» e do emblemático jornal «Século». Ganhou um enorme reconhecimento e prestígio na imprensa de Lisboa e em 1945 – depois de ter estado no campo de concentração do Tarrafal dois anos (entre 1942 e 1944) – em conjunto com António Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo, fundou o jornal «A Bola», que na altura era bissemanal e no qual colaborou ate à data do seu falecimento.
É considerado a figura mais importante do século XX no que toca ao mundo de futebol e ficou para sempre conhecido como «Mestre Cândido de Oliveira» nas diferentes funções que cumpriu como jogador, treinador, jornalista e até dirigente. Foi sempre um dedicado aluno na Casa Pia e desde cedo demonstrou uma forte aptidão e grande paixão pela área e mundo do desporto e dedicou-se também a causas sociais desde muito novo, apercebendo-se das injustiças do mundo e dedicando-se a combate-las, ainda na Casa Pia. Como se destacava na prática da modalidade de futebol, rumou até ao Sport Lisboa e Benfica e por lá ficou até 1920. Entre os anos de 1942 e o ano de 1944 esteve no campo de concentração do Tarrafal, situado a ilha de Santiago, em Cabo Verde, África, por causa da sua atividade contra o regime do Estado Novo, na altura. Na época dos anos de 1945/1946, Cândido de Oliveira estava no comando técnico do Sporting Clube de Portugal, onde ganhou o campeonato nacional de futebol dessa época. Na época seguinte assumiu funções como coordenador técnico da equipa e do clube mas na época de 1947/48 voltou a ser treinador do Sporting, conquistando assim dois campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e chegou à final da Taça Latina.
Passou ainda pelo Flamengo, do Rio de Janeiro e em 1952/53 treinou o Futebol Clube do Porto, onde durante duas épocas não conseguiu quebrar a hegemonia sportinguista da época. Em 1956 assumiu funções como treinador da AA Coimbra onde esteve até à sua morte, que ocorreu no ano de 1958. Nessa data Cândido de Oliveira encontrava-se em Estocolmo, na Suécia, para cobrir o Mundial de 1958, enviado pelo Jornal «A Bola», quando sofreu uma pneumonia. Descurou a doença para não falhar as suas funções como jornalista e quando foi encaminhado para o hospital já foi tarde demais.
Uma das maiores homenagens prestadas a Cândido de Oliveira pelo seu importante papel no mundo do futebol foi ter sido dada o seu nome à competição da Supertaça, instituída pela Federação Portuguesa de Futebol. Da mesma maneira e em forma de homenagem, no dia 27 de janeiro de 1995 foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.