Biografia de Bernard Hinault
Bernard Hinault marcou os finais dos anos 70 e a década de 80 do ciclismo mundial e, especialmente, do ciclismo francês. Venceu todas as grandes voltas, sendo que no caso da Volta a França foram cinco conquistas, sendo um dos recordistas da prova. Sempre que terminou a prova francesa, acabou no pódio, sendo primeiro ou segundo. Foi a figura emergente à saída de cena de Eddy Merckx dos primeiros postos. Nascido a 14 de Novembro de 1954 na região de Côtes d´Armor, o seu caminho profissional no ciclismo iniciou-se com 20 anos na equipa Gitane-Campagnolo, onde esteve entre 1975 e 1977. Deixou boas impressões, vencendo o Paris-Camembert em 1976 e em 1977 vence a Gent-Wevelgem, Liege-Bastogne-Liege e a geral do Dauphine Libere. Apesar das vitórias e das boas exibições, não correu a edição de 1977 do Tour.
Em 1978 muda-se para a equipa patrocinada pela Renault e conquista a Volta a Espanha no ano de estreia da equipa, assim como a Volta a França e o titulo de campeão nacional da prova de fundo. No ano de 1979, repete o triunfo na geral da prova francesa, juntando a classificação dos pontos e sete vitórias de etapa no total. Além da conquista do Tour, triunfa na Fleche Wallone e vence o Giro da Lombardia. Em 1980, começou por vencer o Giro de Itália, pela primeira vez, não conseguindo revalidar o titulo no Tour. Já tinha ganho a Liege-Bastogne-Liege e a Volta a Romândia, quando no final da época e a correr em território francês, conquista o trono mundial, vencendo a prova de fundo em Sallanches, num dos circuitos mais duros e numa das provas mais difíceis que há memória. Mesmo a vitória da Liege-Bastogne-Liege foi, também uma prova memorável do ciclista francês que atacou de longe num dia em que a neve marcou presença do início ao fim, deixando os seus adversários a mais de 10 minutos do francês. Em 1981, Hinault voltou à rota dos triunfos na Volta a França. Até lá, venceu o Paris-Roubaix, Amstel Gold Race e Dauphine Libere. Nos campeonatos do mundo volta a terminar no pódio, desta vez, no último lugar. Em 1982, conquista pela 4ª vez em cinco anos, a Volta a França, isto depois de ter ganho o Giro de Itália. O ano de 1983 significou o último ano de Hinault na equipa da Renault e ganhou a Fleche Wallone e a Vuelta, numa exibição memorável em etapas de montanha, ele que até era mais forte nos contra-relógios do que na montanha. Não marcou presença no Tour.
Entre 1984 e 1986, integrou a equipa Vie Claire, co existindo com Greg Lemond, outro dos grandes ciclistas embora mais jovem que o francês. Bernard Hinault finaliza o Tour no 2º posto na edição de 1984, atrás de Laurent Fignon, ciclista francês que venceu, também, em 1983. Nesse ano, destaque para a vitória em Itália, no Giro de Lombardia. O ano seguinte foi um ano de grandes conquistas. Levou de vencida, o Giro de Itália e o Tour, repetindo o que tinha feito no ano de 1982. Correu na Volta a França de 1986 para ajudar Lemond a vencer o Tour, isto porque no ano anterior, o americano foi obrigado a ajudar o francês na conquista da prova e nesta edição, teria que ocorrer o inverso. Contudo, não foi isso que se foi verificando no início da corrida. Hinault chegou à amarela após o contra-relógio da 9ª etapa, cimentando a liderança em mais de 5 minutos ao cabo da primeira etapa de montanha, atacando várias vezes sem o acordo de Lemond, embora o francês dissesse sempre que estava a desmoralizar os adversários da equipa. Entretanto, Lemond consegue recuperar a desvantagem e chega À camisola amarela, mas Hinault volta a atacar numa etapa de montanha. Era a etapa com a chegada ao Alpe d´Huez e os dois ciclistas cortam a meta isolados dos restantes e de mãos dadas, mostrando uma espécie de paz podre que reinava dentro da equipa. Ainda assim, Hinault não destronou o seu colega de equipa até ao final.
Terminou a carreira nesse mesmo ano, juntando-se à organização do Tour, onde esteve até 2015. Era recorrente a presença de Hinault nas cerimónias do pódio como embaixador da organização junto das entidades locais e dos atletas.