Biografia de Joaquim Agostinho
Joaquim Agostinho é considerado pela maioria, o melhor ciclista português de todos os tempos, sendo que Rui Costa faz-lhe concorrência nesses pergaminhos. Natural de Brejenjas, em Torres Vedras, começou tarde nas lides do ciclismo, mas a potência de pedalada que tinha compensava a falta de técnica que dispunha e conseguiu ter muitas vitórias ao longo da carreira e impressionava todos os que desconheciam a sua capacidade.
Começou a correr em 1968 e logo nesse ano, vai a Volta a Portugal e termina na 2ª posição, ficando atrás de Américo Silva. O Sporting queria proteger o líder Leonel Miranda e nem venceu com Miranda nem com Agostinho, apesar deste se apresentar mais forte. Em terras nacionais, venceu a Volta a Portugal por três vezes nos anos de 1970, 1971 e 1972 tendo ganho mais duas, em 1969 e 1973 mas foi desclassificado pelo recurso ao “doping”.
Joaquim Agostinho começa a sua travessia na Volta a França com a equipa Frimatic em 1969, onde consegue vários resultados de destaque. Estreia-se com um 8º posto na geral, grandes exibições e duas vitórias de etapa. No ano seguinte fica-se pelo 14º lugar na geral mas com uma história peculiar. Agostinho e Frey eram colegas de equipas e estavam isolados numa etapa com chegada a Mulhouse e depois de Agostinho ter puxado mais durante a etapa porque o seu colega de equipa lhe tinha dito que não teria mais força, na recta final decide atacar e o português reagiu bloqueando-o com o braço. Agostinho era primeiro na etapa, ainda foi ao pódio mas viria a ser desclassificado.
Em 1971, termina no 5º lugar da geral individual, melhor classificação até ao momento, e no ano seguinte fica em 8º e com uma acusação de utilização de doping, da qual iria ser penalizado em tempo e multado. No ano de 1973, como gregário de Luis Ocaña finaliza, novamente, nos dez primeiros da geral com vitória de etapa, incluída. O 6º posto foi o melhor que conseguiu Agostinho no ano de 1974. Nos anos seguintes, vieram resultados menos bons na geral, terminando como 15º classificado em 1975 e como 13º classificado em 1977. Em 75 correu pela primeira vez pelo Sporting no Tour e em 77 correu com as cores da espanhola Teka, com as quais venceria uma etapa com chegada a Saint-Ettiene. Mais tarde, comprovou-se que o português teria utilizado “doping” e foi-lhe retirada a vitória.
Nos anos de 1978 e 1979, Joaquim Agostinho viria a ter os melhores resultados de sempre no Tour para um ciclista português. Em ambas as edições termina no 3º lugar, sempre atrás de Hinault e Zoetmelk. E em 1979, vence uma das etapas míticas da Volta a França, a chegada a Alpe d´Huez. Um 5º lugar marca a classificação de Agostinho no ano de 1980, sendo que no ano seguinte acabou por desistir e depois de problemas com o director desportivo que impossibilitaram a presença do português em 1982, o ano seguinte seria o último de Agostinho no Tour. Em 1983, terminaria a prova francesa no 11º lugar.
Em Espanha, o português também revelou a sua raça e qualidade. Numa das participações na Vuelta, Agostinho terminou como segundo classificado embora pudesse ter ganho a prova. Esta situação deveu-se a uma possível situação de fraude na cronometragem dos tempos e que terá levado o português a não ser coroado vencedor. Isto foi no ano de 1974, já que no ano anterior, Agostinho tinha terminado em 6º e no ano posterior finalizou no 7º posto.
Joaquim Agostinho acabaria por falecer em 1984, numa das etapas da Volta ao Algarve. Ao cortar a meta, na cidade de Quarteira, um cão atravessou-se e Agostinho não evitou a queda, batendo com a cabeça no chão. Acabou por ir parar ao hospital. Primeiramente para o da cidade de Faro, contudo face à gravidade da situação, fora evacuado para Lisboa de ambulância. Teve em coma até ao dia 10 de maio de 1984, dia do seu falecimento.