Naide Gomes foi uma das melhores atletas mundiais no salto em comprimento e a melhor a nível nacional, obtendo várias medalhas a nível europeu e mundial, sobretudo, em Pista Coberta. Mas a carreira no atletismo começou pelo heptatlo e pelo pentatlo, um conjunto de provas combinadas, tendo mais tarde se especializado no salto em comprimento.
Nasceu em São Tomé e Príncipe, a 20 de Novembro de 1979, e por isso, as primeiras provas em que participou foi por São Tomé e Príncipe, nomeadamente, nos Jogos Olímpicos de Sidney, onde marcou presença nos 100 metros barreiras. Nesta altura, já estava em processo de naturalização portuguesa que viria a concluir em 2001. Nos Europeus de Pista Coberta participa pela primeira vez com as cores lusas e consegue um surpreendente segundo lugar e respectiva medalha de prata na prova combinada do pentatlo. Agregado a este feito, bateu o recorde nacional do pentatlo, que já lhe pertencia. Ainda foi aos campeonatos europeus ao ar livre mas sem o resultado e a participação que tivera anteriormente, fruto de uma lesão que lhe atrasou a devida preparação. Situação idêntica aconteceu-lhe nos mundiais ao ar livre no ano seguinte em Paris. Nesse ano de 2003, terminou no 5º posto, nos mundiais de Pista Coberta.
No caminho para os Jogos Olímpicos de Atenas, sagra-se campeã mundial na competição do Pentatlo (Pista Coberta) batendo o recorde nacional mais uma vez e estabelecia a melhor marca mundial do ano. Chegados aos Jogos, tem uma boa prestação mas não consegue mais que o sexto lugar, depois de terminar o primeiro dia na segunda posição. Em 2005, confirma o estatuto de melhor europeia no salto em comprimento, sagrando-se campeão do continente na competição em pista coberta, batendo o recorde nacional na disciplina. Mais tarde, falha a qualificação para a final do salto em comprimento dos Mundiais ao ar livre. Em 2006, volta às medalhas. Desta vez, nos mundiais de Pista Coberta realizados em Moscovo. Alcança a medalha de bronze, com novo recorde nacional, que já tinha batido tanto nas qualificações como na final. Nos europeus ao ar livre, medalha de prata para Naide Gomes, ficando atrás de uma atleta russa Lyudmila Kolchanova, que viria novamente a relegar, novamente, a Naide Gomes para o segundo lugar na Taça do Mundo, em Atenas.
2007, ano de véspera para as Olimpíadas e ano em que todos os candidatos querem garantir desde logo presença nos Olímpicos no ano seguinte. Naide Gomes revalida o título europeu de pista coberta com uma marca muito perto dos 7 metros. Mais tarde, conseguia ultrapassar essa fasquia, com a marca de 7,01 no Meeting de Madrid, competição que finalizaria na segunda posição. Antes de chegar aos Jogos Olímpicos, a atleta nacional torna-se campeã mundial em pista coberta do salto em comprimento, melhora o seu recorde nacional, sendo a melhor atleta a nível ibérico, com 7,12 metros. Tudo isto se afigurava como a melhor preparação possível para Naide Gomes afrontar a final da prova do salto em comprimento em Pequim. Contudo, nem sequer chegou lá devido a dois nulos e um salto razoável na qualificação que não lhe permitiu saltar para a final da disciplina. Na ressaca da frustração das Olimpíadas, Naide Gomes termina no 4º lugar, posição ingrata no desporto.
Mas em 2010 voltava a conquistar medalhas. No Qatar, finaliza os campeonatos mundiais de pista coberta com a medalha de prata, conseguindo o mesmo feito nos Europeus ao ar livre de Barcelona. No ano seguinte, volta a conseguir uma medalha de prata nos Europeus de Pista Coberta, disputados em Paris. A partir de 2013, as sucessivas lesões fizeram com que a portuguesa, praticamente, não competisse até dar por terminada a carreira em 2015, altura em que se encontra grávida de um menino que viria a nascer em Setembro desse ano. De referir por último que Naide Gomes foi agraciada como Oficial da Ordem Infante D. Henrique em 2005.
