Cavia porcellus (Porquinho-da-índia) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Animalia | Chordata | Mammalia | Rodentia | Caviidae | Cavia | C. porcellus |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Dieta | Longevidade | Predação |
América do Sul | Pouco preocupante | Áreas de pastagem tropicais | Herbívoro | 4-8 anos | Lobos, Cobras, Coiotes |
Características Físicas |
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Anatómicas | Corpo pequeno e cilíndrico; pelo espesso e orelhas em forma de pétala |
Dimorfismo Sexual | O macho é maior que a fêmea |
Tamanho | 30 cm |
Peso | 700-1100 g |
Sistemática e distribuição geográfica
O porquinho-da-índia é um roedor da família Caviidae. É nativo da América do Sul, onde eram usados pelos indígenas como fonte de alimentação e cerimónias religiosas. Posteriormente foi introduzido na Europa pelos Espanhóis, como animal de estimação.
O porquinho-da-índia doméstico (Cavia porcellus) é descendente de espécies selvagens, tais como Cavia aparea, Cavia fulgida e Cavia tschudii, que são actualmente encontrados em várias regiões da América do sul.
Existem 13 raças ou sub-espécies comummente reconhecidas de porquinhos-da-Índia. Estas incluem: American, American satin, Abyssinian, Abyssinian satin, Peruvian, Peruvian satin, silkie, silkie satin, teddy, teddy satin, texel, coronet e white crested. As diferentes raças são muitas vezes caracterizadas pela cor e textura do pelo, o grau do brilho do pelo e os padrões de cor do pelo.
Estatuto de conservação
O porquinho da índia doméstico (Cavia porcellus) e os seus “primos” selvagens estão classificados com o estado de “pouco preocupante” (“Least Concern”) de acordo com o livro vermelho do IUCN. À excepção da espécie Cavia intermedea que está classificada como “criticamente em perigo” (“Critically endangered”).
Morfologia
É um pequeno herbívoro roedor sem cauda que pesa cerca de 700g a 1100g que raramente cresce mais de 30 cm de cumprimento. Existe dimorfismo sexual, o macho é maior e mais pesado que a fêmea.
Tem o corpo em forma cilíndrico e compacto. Tem pequenas orelhas em forma de pétala que são lateralmente posicionadas na cabeça. Os olhos estão lateralmente posicionados entre as orelhas e o nariz. A boca é pequena e triangular e contém 20 dentes. Como em outros roedores, os dentes crescem continuamente e o seu comprimento é mantido através da alimentação (ajuda no desgaste dos dentes).
Devido à reprodução seletiva, existem cerca de 20 fenótipos diferentes para a cor do pelo e 13 fenótipos diferentes para a textura e cumprimento do pelo. No entanto, o seu ancestral selvagem pensa-se que teria o pelo curto e castanho para de camuflar dos predadores.
Alimentação
O porquinho-da-índia doméstico é herbívoro e a sua dieta baseia-se em vegetais, frutos, feno e comida própria para porquinho-da-índia rica em vitamina c. A sua dieta é rica em vitamina c porque diferentemente dos outros pequenos animais, o porquinho-da-índia necessita de vitamina c para se manter saudável, pois não consegue sintetizar vitamina c.
O porquinho-da-índia selvagem come sobretudo erva, diversas plantas (folhas, raízes, caules e flores) e frutos. Também suplementa a sua dieta comendo as suas próprias fezes, para que possa digerir os nutrientes vitais que contêm.
Como todos os roedores, os molares do porquinho-da-índia estão constantemente em crescimento e por isso este tipo de dieta é fundamental para que possam desgastá-los e mantê-los pequenos.
Reprodução
Os machos atingem a maturação sexual entre 56 a 70 dias de idade e as fêmeas cerca de 67 dias de idade. O porquinhos-da-índia selvagem reproduz-se até duas vezes por ano, enquanto o seu descendente doméstico reproduz-se mais frequentemente. O período de gestação é de cerca de 60 a 70 dias e a época de reprodução é na Primavera.
As fêmeas têm em média 3 a 4 filhotes por gestação. As crias não ficam muito tempo com a progenitora, ficando totalmente independentes em apenas de 5 dias.
É uma espécie com uma esperança média de vida de cerca de 8 anos em cativeiro. No entanto os seus parentes selvagens têm uma esperança média de vida de cerca de metade dos anos devido sobretudo aos seus predadores, incluindo humanos.
Habitat e utilização de espaço
O porquinho-da-índia selvagem existente na América do sul vive em áreas rochosas, pastagens, florestas abertas, pântanos e planícies secas. O porquinho-da-índia doméstico não existe na natureza e é mantido como animal doméstico em todo o mundo. Relativamente à temperatura do ar, o porquinho-da-índia pode tolerar temperaturas de cerca de 22ºC durante o dia até -7ºC à noite. No entanto, existem estudos que dizem que o porquinho-da-índia não tolera temperaturas demasiado baixas e demasiado elevadas.
É um animal gregário, gosta de viver em conjunto com outros da sua espécie, e é muito vocal e sociável preferindo viver em grupos de 5 a 10 contendo um macho e várias fêmeas. O porquinho-da-índia selvagem é um animal de hábitos crepusculares, e o seu descendente doméstico tem hábitos diurnos. Tem tendência a estar ativo 20h por dia e dorme apenas por pequenos períodos. Não constrói o seu próprio abrigo, utiliza os abrigos naturais e a vegetação densa ou usa os abrigos de outros animais.
O porquinho-da-índia tem dois mecanismos de defesa primários: imobilidade e dispersão. Quando se sente ameaçado permanece imóvel até que a ameaça passe. Quando está em grupo usa o mecanismo da dispersão no sentido de desorientar o potencial predador.
Doenças
As doenças mais comuns que afetam o porquinho-da-índia incluem infeções do aparelho respiratório, diarreia, escorbuto (deficiência de vitamina C), abcessos devido a infeções e infeções por piolhos, ácaros ou fungos.
Para se proteger dos seus predadores, o porquinho-da-índia tem como instinto de sobrevivência mascarar a dor e os sinais de doença, e muitas vezes os problemas de saúde não são detetados até que a condição de saúde agrave. O tratamento é muito difícil devido à sensibilidade que o porquinho-da-índia tem à maior parte dos antibióticos, incluindo penicilina, que matam a flora intestinal e que provocam diarreia e em alguns casos a morte.
Curiosidades
O seu nome é curioso devido ao facto de não ser um suíno, nem ter origem na índia. O nome, em português, deriva do facto de produzir sons semelhantes ao do porco e por ser pequeno (daí a designação de porquinho). Índia deriva do fato de ter origem das chamadas “Índias ocidentais” (atual continente Americano).
O porquinho-da-índia comunica através de uma diversidade de sons, que podem variar dependendo dos eventos que estejam a ocorrer (predação, perigo, presença de comida, etc.).
Desde 1800, é usado em laboratório para estudar nutrição, genética, toxicologia e patologia. Deu o seu contributo na medicina, para o estudo de doenças como o escorbuto, tuberculose, diabetes e complicações na gravidez.
References:
- Myers, P., R. Espinosa, C. S. Parr, T. Jones, G. S. Hammond, and T. A. Dewey. 2015. The Animal Diversity Web (online)
- Vanderlip, S. 2003. The Guinea Pig Handbook. China: Barron’s Education Series, Inc.