Ortelius, Abraham

Abraham Ortelius foi um importante cártografo, criador do primeiro Atlas Moderno, o Theatrum Orbis Terrarum.

Abraham Ortelius foi um importante cártografo, criador do primeiro Atlas Moderno, o Theatrum Orbis Terrarum.

Abraham Ortelius nasceu a 14 de Abril de 1527, em Antuérpia (actual Bélgica) e faleceu a 4 de Julho de 1598, em Antuérpia. Foi considerado como o principal cartógrafo do século XVI e criador do primeiro Atlas Moderno. Com 20 anos de idade, foi admitido como iluminador de mapas na guilda de São Lucas, na sua cidade natal. Comprava, coloria e vendia mapas produzidos por fabricantes de mapas de vários países. Devido à sua profissão viajou muito. Dentro da sua Bélgica natal na qual visitou todas as províncias do país na altura e no estrangeiro foram vários os destinos em que marcou presença. Até 1558, frequentou regularmente a Feira de Frankfurt, Itália foi visita pontual de Ortelius que ainda visitou França, Reino Unido e Irlanda. Aliás, entre 1559 e 1560 viajou entre Lorraine e Poitou na companhia de Mercator.  Foi Gerardo Mercator responsável por incentivar Abraham Ortelius a tornar-se cartógrafo e a desenhar os seus próprios mapas. O primeiro resultado desta sua nova actividade foi um mapa do mundo de oito folhas publicado em 1564. Nos anos seguintes publicou 3 mapas.  Em 1565, um mapa do Egipto, em duas folhas, em 1567, um mapa da Ásia, em duas folhas e, em 1570, um mapa de Espanha, em seis folhas. Este período foi caracterizado por uma rápida expansão a nível da colonização e por consequência disso um período de grande desenvolvimento do comércio. Estes dois factos fizeram com que houvesse uma crescente procura de mapas de países distantes gerando a produção de grandes colecções de mapas de vários tamanhos e procedências, como por exemplo, o atlas de Lafreri, publicado por volta de 1553. Por sugestão do comerciante holandês Gillis Hooftman e do seu amigo Radermacher, Abraham Ortelius empreende a publicação de um atlas do mundo mais abrangente. Surgiu em Maio de 1570 sob a forma de um único volume, in folio, intitulado Theatrum Orbis Terrarum, publicado por Egidius Coppens Diesth e impresso por Plantin em Antuérpia. Continha cinquenta e três folhas perfazendo um total de setenta mapas de cobre, sendo na maioria gravados por Frans Hoogenberg e trinta e cinco folhas de texto.

O atlas irá revelar claramente que Ortelius era mais um editor de mapas do que um cártografo matemático “original”, porque ao contrário de Mercator, Abraham Ortelius nunca inventou novas projecções. Mas como adquiriu os direitos de utilização de mapas produzidos por outros, reduziu-os a um tamanho uniforme e actualizou os conteúdos geográficos. Graças ao Theatrum ganhou o título de geógrafo do rei Filipe II de Espanha por recomendação de Arias Montanus e, também lhe garantiu uma renda substancial, permitindo-lhe assim continuar as suas viagens de forma a coleccionar novos materiais. Em 1577, visitou a Inglaterra e a Irlanda e conheceu outros geógrafos, entre os quais John Dee, William Camden e Richard Hakluyt. Em 1578, é editado o seu Synonymia geographica, onde é lançada a base para o tratamento crítico da antiga geografia. Em 1587, será republicado em formato expandido como Thesaurus geographicus sendo expandido novamente em 1596. Na última edição, Ortelius mencionará e considerá a possibilidade da existência da deriva continental, tese que será apenas comprovada séculos mais tarde. No período final da sua vida, Ortelius dedica-se aos estudos clássicos. A sua grande colecção de moedas antigas e outras antiguidades vem descrita no Deorum dearumque capita ex vetustos numismatibus effigiata et edita ex museo A. Ortelii, publicada por Gallaeus em 1573.

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