A Cartografia é uma ciência que estuda e opera a elaboração e utilização de cartas e mapas numa determinada escala.
Segundo várias definições, podemos dizer que a Cartografia é a ciência que estuda e opera, tanto cientificamente como tecnicamente, a elaboração e utilização de cartas e/ou mapas de acordo com determinados sistema de projecção e numa determinada escala.
O primeiro registo, de que se tem conhecimento, daquilo a que podemos chamar um acto cartográfico, tem origem na Mesopotâmia e foi feito numa tábua de argila redonda por volta do ano de 2300 antes de Cristo. A representação era rudimentar e nela constava apenas um rio circundando montanhas. No entanto, essa representação é considerada como o primeiro mapa-mundo da história. Outros registos datados do ano 1000 antes de Cristo foram encontrados no Egipto em tumbas, representando paisagens locais, alguns trilhos e rios.
No entanto, foi na Grécia Antiga que surgiram as primeiras tentativas de criar métodos para a elaboração de mapas cartográficos. Por volta do ano 500 antes de Cristo, Hecateu de Mileto produziu um livro onde a Terra era representada como um disco e a Grécia o centro da mesma. No ano 240 antes de Cristo, é Erastótenes o primeiro a calcular o raio da Terra provando assim a sua esfericidade e o seu tamanho preciso. Contudo, por volta do ano 150 antes de Cristo, Claudio Ptolomeu publica um tratado sobre Geografia, Geographike Syntaxis, composto por oito volumes e que irá representar o mundo em forma esférica e com regras de concepção de latitude e longitude muito próximas das actualmente usadas, embora ainda com muitos erros e exageros. Desta obra sai aquele que é considerado o primeiro Atlas do mundo.
Durante o século XII são elaboradas uma grande produção de cartas e mapas. Nessas cartas era muito comum figurar além das regiões figuras mitológicas e monstros marinhos.
No século XV, conhecido como o período das Grandes Navegações e descobertas territoriais, a cartografia moderna tem um progresso evidente com os Descobrimentos Portugueses. A compilação Portugaliae Monumenta Cartographica de 1485 até 1700 alberga mais de 600 mapas. Também Fernão de Magalhães, navegador português que organizou a primeira viagem de circum-navegação ao globo de 1519 até 1522, contribuiu para a consolidação da cartografia. Fruto dessa viagem de circum-navegação, Diogo Ribeiro aproveitou os ensinamentos dessa viagem e cria o “Padrón Real”, considerado o primeiro Mapa Mundi Cientifico, no qual aparece aperfeiçoada toda a costa americana. A influência dos portugueses não se ficou por aqui, transferindo-se para outras paragens como Holanda, Itália ou França sendo um dos períodos mais férteis na Cartografia Mundial. O termo Cartografia foi introduzido, também, por um português, Manuel Francisco Carvalhosa, no ano de 1839 numa carta endereçada a um historiador brasileiro.
É durante o século XV, que Gerard Mercator, considerado actualmente como o pai da cartografia moderna, vai desenvolver um método de representação das características de um objecto curvo (como a Terra) numa superfície plana. A partir do século XVIII e com a invenção do telescópio, a Cartografia ganha um novo alento e começa a desenvolver-se, no entanto, só atingiria o seu auge mais tarde entre as décadas de 70 e 80 do século XX, com o aparecimento de estudos mais aprofundados da geodesia.
Abraham Ortelius, encorajado por Mercator, vai compilar uma série de mapas de vários autores diferentes e elaborar a primeira colecção de mapas do Mundo moderno o “Theatrum Orbis Terrarum”. Passando mais tarde a ser considerado como o primeiro Atlas Moderno.
Outros intelectuais estiveram ligados ao desenvolvimento de conceitos ligados à cartografia e é importante mencioná-los. Por exemplo, Copérnico que revolucionou a forma de como era visto o universo, confrontado a teoria geocêntrica de Aristóteles com a sua teoria heliocêntrica. Também Alexandre Von Humboldt que usou pela primeira vez isotermas para representação de regiões com a mesma temperatura, estudou a importância da intensidade magnética dos pólos, o que levou a importantes descobertas na área do vulcanismo e das correntes marítimas. Usa a primeira vez o conceito de “meio ambiente geográfico”.