Sorgo

O sorgo (Sorghum bicolor) é um cereal de grão pequeno de origem africana.

As duas variedades principais de sorgo

As sementes deste cereal são de cor castanho avermelhado escuro  ou branco amarelado.

As sementes escuras têm um alto teor de taninos o que diminuem a palatabilidade e a digestibilidade da proteína. São também resistentes às aves.

As sementes claras são as mais cultivadas, contêm menos taninos e são as preferidas para o fabrico de pão, cerveja, papas, bolachas, etc. O seu valor nutricional é semelhante ao do milho.

Sorgo e a resistência à seca

O sorgo é notavelmente tolerante à seca e requer uma precipitação sazonal mínima de 400 mm. Assim, o sorgo é o cereal preferido para ser cultivado em áreas semi-desertas do mundo ou em áreas onde o milho luta não é viável devido às altas temperaturas, aos solos pobres ou à falta de chuvas.

Aplicações do sorgo

Nos países desenvolvidos a maior aplicação do sorgo é a produção de ração animal.

A farinha de sorgo refinada pode ser usada para desenvolver produtos isentos de glúten (isto é, pão, biscoitos, etc)  para o crescente mercado de pessoas intolerantes ao glúten ou celíacos.

Este cereal pode ser usado para o fabrico de malte pois tem elevada atividade diastática (isto é, o amido dos grãos de malte é enzimaticamente degradado), sendo rico em amilases.  O malte pode ser usado no fabrico da cerveja.

A Cerveja produzida a partir do sorgo  tem o sorgo como a principal fonte de glúcidos fermentáveis. A maioria das cervejas de sorgo são tradicionais África mas a cerveja convencional de estilo ocidental também pode ser fabricada a partir desta planta.

Esate planta também pode ser usado na produção de bioetanol, substituindo o milho.

Proteínas do sorgo

As proteínas dos grãos de sorgo são ricas principalmente  em prolaminas (chamadas kafirinas), mas também há glutelinas.

Tal como muitos cereais, este é deficiente nos aminoácidos lisina, treonina e triptofano. Porém, já foram produzidos cultivares de sorgo com alto teor em lisina.

Sorgo e economia

Nos países em desenvolvimento há uma rápida urbanização e o crescimento da classe média urbana. Essas pessoas exigem alimentos de conveniência e de qualidade, muitas vezes com base em alimentos tradicionais como por exemplo aqueles feitos a partir do sorgo.

O custo dos cereais importados, especificamente o trigo e a cevada que são usados para fazer o pão e a cerveja, respetivamente, é proibitivamente caro para muitos países em desenvolvimento. Assim, os fabricantes preferem cada vez mais recorrer a grãos produzidos localmente, tais como sorgo, para o fabrico de aqueles produtos alimentares.

Mas o custo não é o único fator que impulsiona essa mudança. Reconhece-se agora que o uso de grãos produzidos por agricultores locais, em vez da importação de grãos, também é extremamente vantajoso para o desenvolvimento da economia dos países em desenvolvimento. Isso está impulsionando parcerias público-privadas para promover a utilização industrial de grãos cultivados localmente, por exemplo, o uso do sorgo para produzir cerveja.

Recentemente, o sorgo passou a ser visto têm benéfico para a saúde por ser rico em compostos fenólicos antioxidantes e por não ter glúten. Assim, o seu consumo está a aumentar nos países desenvolvidos. Nestes países, anteriormente, usava-se o sorgo apenas para ração animal.

O sorgo é o quinto cereal mais produzido no mundo a seguir ao trigo, ao milho, ao arroz e à cevada. No ano de 2007 foram produzidas aproximadamente 65 milhões de toneladas de sorgo.

A próxima tabela mostra os 10 maiores produtores mundiais de sorgo. Constata-se que a produção de sorgo ocorre predominantemente em regiões tropicais e subtropicais.

 

País

Quantidade produzida (em milhares de toneladas)

Percentagem da produção mundial
EUA 12 827 19,7
Nigéria 10 500 16,2
Índia 7402 11,4
México 5500 8,5
Sudão 5048 7,8
Argentina 3300 5,1
China 2610 4
Etiópia 2300 3,5
Burkina Faso 1620 2,5
Brasil 1386 2,1

 

Em países como os EUA, a Argentina, a Austrália, o Brasil, o México e a África do Sul, este cereal é produzido principalmente pela agricultura mecanizada em larga escala. Também se utilizam cultivares híbridos de alto rendimento.

No entanto, em África a maior parte da produção desta cultura ocorre em pequena escala, utilizando práticas agrícolas manuais tradicionais.

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References:

  • International Food Information Service (2005). Dictionary Of Food Science And Technology. Oxford:Blackwell Publishing.
  • Serna-Saldivar, S.O. (2010). Cereal Grains – Properties, Processing, and Nutritional Attributes. Monterrey: CRC Press.
  • Wrigley, C. W. & Batey, I. L. (2010). Cereal grains – Assessing and managing quality. Cambridge: Woodhead Publishing Limited .
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