A hibernação é um estado de latência ou período de dormência em que entram alguns grupos de animais durante o Inverno. Durante o período de hibernação, o metabolismo desses animais diminui e a temperatura corporal desce. Os batimentos cardíacos tornam-se mais lentos chegando a ser quase imperceptíveis.
Alguns animais hibernam durante os meses de Inverno, como o urso, ou animais de porte mais pequeno, entre os quais se encontram alguns roedores, tais como as marmotas ou o leirão-cinzento (Glis glis).
A marmota-de-barriga-amarela, por exemplo, um grande esquilo terrestre da região central das Montanhas Rochosas, armazena mais calorias do que as que necessita durante o período de Outono. Esta estratégia permite-lhe sustentar o período de hibernação que ocorre durante os meses mais frios, período esse que corresponde a cerca de oito meses por ano.
Durante estes períodos em que o clima é bastante mais frio e a sobrevivência é mais difícil, estes grupos de animais optimizaram uma estratégia de hibernação ao longo da sua evolução, entrando, assim, num estado de torpor metabólico.
Produção de calor pelas mitocôndrias dos mamíferos
Nos mamíferos que hibernam ocorre, ao nível das mitocôndrias do tecido adiposo castanho, uma produção extra de calor. Esta produção de calor é efectuada pela acção de hormonas desacopladoras da cadeia respiratória mitocondrial, como a termogenina, permitindo canalizar para a produção de calor a energia que foi acumulada durante o funcionamento da cadeia respiratória de electrões. A energia que vai produzir este calor é, normalmente, utilizada para a produção de moléculas de ATP – Trifosfato de adenosina (moléculas que armazenam energia para a execução das funções celulares).
Com entrada da Primavera e com o aumento das temperaturas médias do meio ambiente, estes animais saem do período de hibernação regressando, assim, à sua actividade habitual.
Referências Bibliográficas
Stuart, J. A., Cadenas, S., Jekabsons, M. B., Roussel, D., & Brand, M. D. (2001). Mitochondrial proton leak and the uncoupling protein 1 homologues.Biochimica et Biophysica Acta (BBA)-Bioenergetics, 1504(1), 144-158.