O ar movimenta-se de um lugar para outra na superfície da terrestre, em consequência da diferença de pressão, originando o vento. A diferença de pressão muitas vezes está relacionada com diferenças de temperaturas resultantes da quantidade de energia solar recebida numa determinada região.
A ação modeladora, sobre a superfície da Terra, do vento resulta de três fatores: erosão, transporte e sedimentação.
A velocidade do vento pode variar de uma simples brisa com velocidades muito baixas até à velocidade dos ventos ciclónicos que podem atingir de 180 a 200 quilómetros por hora. A ação do vento difere da ação erosiva da água em vários aspetos. O vento é muito menos duro que a água, mas, por outro lado, não está confinado, como a água, a canais pelo que pode atuar em áreas muito alargadas. O trabalho erosivo do vento é facilitado pelo efeito abrasivo das partículas que transporta. Esta ação faz-se sentir fundamentalmente nas regiões onde existam materiais detríticos soltos, os quais, incorporando-se em quantidade na corrente de ar, lhe aumentam a capacidade erosiva. Estas condições são, sobretudo encontradas nas regiões áridas e nos litorais arenosos.
A ação erosiva do vento manifesta-se por dois processos: a deflação e a corrasão.
A deflaçãon consiste na separação , por ação do vento, das partículas meteorizadas e que se encontram soltas nas rochas e nos solos. Verifica-se, fundamentalmente, nas regiões onde ocorre a desnudação da camada protetora de ervas e plantas por ação do Homem e dos animais. O resultado da deflação é, em geral, a formação de bacias de deflação. A maioria dos óasis são bacias de deflação em que esta progredi até encontrar níveis com humidade constante e superfície para impedir a continuação do processo. Quando a ação do vento se exerce sobre depósitos heterogéneos, arrasta os de menor tamanho deixando resíduos pedregosos, que por vezes ocupam vastas áreas, constituindo assim os desertos pedregosos ou regs.
A corrasão, ação erosiva do vento provocada pelos detritos transportados, exerce-se sobre os mais variados meios. Os detritos maiores são sujeitos a esta ação abrasiva pelos elementos mais finos arrastados pelo vento, acabando por ficar facetados, que recebem o nome de ventifactos. Os ventifactos podem apresentar formas variadas dependendo do tipo de corrasão que experimentam. Como a carga, definida como a quantidade de detritos por unidade de volume, transportada pelo vento é maior junto ao solo, ocorre nas rochas uma corrasão diferencial que pode originar blocos pedunculados.
Nas zonas do litoral e em desertos onde a areia é abundante, a ação modeladora do vento manifesta-se de várias maneiras, incluindo os próprios detritos transportados. As areias eólicas adquirem forma arredondada, bastante perfeita, mas apresentam-se despolidas devidos aos múltiplos choques entre si e com obstáculos da superfície. Outra característica das areias eólicas é apresentarem-se muito bem calibradas devido ao poder seletivo do vento. Estas características permitem distingui-las das areias de origem fluvial que são polidas e de tamanho varíavel.
Quando a energia do vento não é suficiente para realizar o transporte das partículas, as areias depositam-se constituindo acumulações, que no seu conjunto formam dunas. As dunas podem ser, conforme o local de acumulação, dunas litorais ou dunas desérticas.
Em grandes superfícies arenosas, os ventos dominantes, soprando do lado do mar, desde que a areia possa ficar a seco e não haja obstáculos importantes no relevo, formam dunas litorais. As dunas litorais podem ocupar grandes extensões paralelas à orla costeira, formando cordões que se deslocam para o interior a velocidades varíaveis, podendo atingir em média os 25 metros por anos.
Nas regiões desérticas distinguem-se vários tipos de formações dunares. A velocidade do vento e a quantidade de areia controla a configuração e a orientação da duna. Se uma duna se forma numa região rochosa onde há pouca areia, o centro da duna cresce mais em altura que nos bordos. Quando a duna migra, os bordos deslocam-se mais rapidamente porque é menor a quantidade de areia a transportar. Estas dunas têm o nome de barkhanes. Se a areia é abundante, os bordos das dunas não se adelgaçam e deslocam-se à mesma velocidade que o centro. Este tipo de duna migra em crista, designando-se dunas transversais. Se existe vegetação, a forma da duna é condicionada, em parte, pela orientação e abundância da planta. Se a vegetação for destruída, o vento provoca a deflação e a areia arrastada é depositada originando dunas parabólicas.Caso a direção do vento seja irregular e existe disponibilidade de areia, formam-se dunas longitudinais, extremamente altas e largas.