Clostridium perfringens

Associada à gangrena gasosa, a bactéria Clostridium perfringens é um microrganismo Gram-positivo, de forma cilíndrica e produtor de esporos. Esta bactéria é encontrada no solo e vive em condições anaeróbias. Esta bactéria liberta gás como produto do metabolismo respiratório. Tem um período de incubação que varia entre as seis e as vinte e quatro horas.

Ferimentos profundos com grande quantidade de tecidos mortos criam um ambiente anaeróbio propício ao desenvolvimento do Clostridium perfringens. À medida que a bactéria se desenvolve e multiplica elevadas quantidades de enzimas e toxinas são libertadas. Tais enzimas provocam uma destruição adicional dos tecidos em volta.

Existem dois tipos de infeção provocadas pelo Clostridium perfringens:

– Infeção do Ferimento: a pele morta fica exposta ao Clostridium perfringens, que cresce e danifica o tecido local. A apalpação revela uma consistência húmida, esponjosa e crepitante na pele, devido a bolsas de gás;

– Mionecrose Clostrídica: o Clostridium perfringens, inoculado no interior do músculo devido ao trauma, produz exotoxinas que destroem o músculo adjacente. Estas bactérias anaeróbias libertam outras enzimas que fermentam hidratos de carbono, que resulta na formação de um gás. Uma investigação por meio de uma tomografia revela bolsas de gás no interior dos músculos e no tecido subcutâneo. Como as enzimas destroem os músculos, ocorre a exsudação de um fluido fino e enegrecido na pele.

A mionecrose clostrídica é mortal, a menos que seja indentificada e tratada a tempo. Medidas como oxigénio hiperbárico, antibióticos como a penicilina, ou a remoção do tecido morto podem salvar a vida da pessoa infetada.

Em termos de taxonomia este microrganismo do Reino Monera está classificado no Filo dos Firmicutes, na Classe Clostridia, pertence à Ordem Clostridiales, é da Família Clostridiaceae, Género Clostridium. Foi classificada e descrita a primeira vez em 1898 por Zuber e Veillon, estes investigadores deram-lhe o nome de Clostridium welchii. Após uma revisão taxonómica, em 1937, foi-lhe alterado o restritivo específico para o atual.

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