Aquacultura

Aquacultura consiste na aplicação de técnicas de cultivo na produção de organismos marinhos e dulciaquícolas, tais como peixes, crustáceos, bivalves e plantas aquáticas. Esta indústria visa a produção de organismos para consumo humano, comércio ornamental, aplicações biotecnológicas ou esforços de repovoamento de stocks naturais. Esta prática, que remonta a tempos ancestrais, despertou grande interesse após a 2ª Grande Guerra como potencial indústria de larga escala, devido às alterações das condições económicas dos países desenvolvidos.

A aquacultura tradicional é praticada em vários locais do Mundo, especialmente no Oriente. Neste tipo de aquacultura os alevins ou juvenis são capturados, transferidos para lagos artificiais, e alimentados com subprodutos da agricultura. Estas aquaculturas são não só uma fonte de alimentos altamente proteicos como também uma fonte de emprego importante nas comunidades em que se inserem. Noutras partes do mundo operações similares são usadas, mas com algumas modificações, para o cultivo de moluscos, camarões, ervas marinhas e outras espécies de peixes.

Existem vários tipos de sistemas de aquacultura, classificados tendo em conta as infraestruturas ou nível de manutenção que exigem. Peixes criados em jaulas flutuantes, mexilhões e ostras cultivados em cordas ou cestos suspensos em jangadas, em que as condições são próximas às naturais e a manipulação humana é reduzida, são exemplos de sistemas de cultivo semi-intensivos. Outros tipos de sistemas, os sistemas intensivos, são implementados na produção de espécies de elevado valor comercial, maximizando o seu crescimento através do controlo, quase total, dos organismos e das condições de cultivo.

A aquacultura exige contínuos esforços de investigação e desenvolvimento e, apesar de estar em constante evolução, apresenta ainda alguns obstáculos, tais como: a elevada dependência de farinhas e óleos de peixe, subprodutos da pesca que são a principal fonte de ácidos gordos e proteína para a formulação das dietas dos peixes cultivados; as necessidades nutricionais variarem nos diferentes estágios de desenvolvimento de uma espécie e, de espécie para espécie; os custos de implementação e os equipamentos serem dispendiosos; os parasitas e as doenças poderem ditar o colapso de toda uma operação; apenas se possuir conhecimento para o cultivo de uma pequena percentagem de espécies de organismos aquáticos.

Apesar de todos estes desafios a aquacultura impõem-se como uma importante alternativa para o fornecimento de pescado e outros produtos aquáticos devido à depleção da maioria dos stocks naturais de pescado a nível mundial (FAO, 2014).

Referências Bibliográficas

Allen, P. J. and J. A. Steeby. (2011) Aquaculture: Challenges and Promise. Nature Education Knowledge. 3(10):12.

FAO. (2011). World aquaculture 2010. Technical Paper. No. 500/1. Rome. 105 pp.

FAO. (2014). The State of World Fisheries and Aquaculture 2014. Rome. 223 pp.

Rabanal, H. R. (1988). History of Aquaculture. ASEAN/UNDP/FAO Regional Small-Scale Coastal Fisheries Development Project. Manila, Philippines.

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