Aproveitamento Energético de Resíduos Vegetais

Aproveitamento Energético de Resíduos Vegetais: Resíduo é tudo aquilo que resta de um processo de exploração ou produção, de transformação ou utilização…

Aproveitamento Energético de Resíduos Vegetais

Resíduo é tudo aquilo que resta de um processo de exploração ou produção, de transformação ou utilização. Os resíduos originados do processamento da madeira em indústrias de madeira, móveis velhos, artigos de madeira em geral, resíduos de culturas agrícolas, como palha de arroz, são resíduos linho-celulósicos. Os resíduos linho-celulósicos geralmente apresentam baixa densidade e elevado teor de humidade. Da atividade agrícola resultam grandes quantidades de diferentes tipos de resíduos, com destaque para resíduos orgânicos, provenientes da produção agrícola e agroindustrial ou de biomassa não aproveitada na atividade florestal.

A exploração florestal é uma grande fonte de resíduos linho-celulósicos. Estes resíduos podem ser transformados em partículas, sendo também utilizado energeticamente na produção de calor, de vapor ou de eletricidade. Outro aproveitamento deste material é sob a forma de combustível sólido, como o carvão vegetal. Os resíduos das serralharias podem ser queimados em caldeiras, gerando energia.

A biomassa é a massa total dos organismos por unidade de superfície ou de volume, capaz de ser aproveitada como energia. No caso particular da biomassa florestal, esta é constituída pelos elementos aéreos e subterrâneos das árvores (troncos, galhos, folhas e raízes), bem como da vegetação herbácea e arbustiva, dos líquenes e da serapilheira (biomassa morta). A partir da biomassa podem ser produzidos combustíveis sólidos, líquidos e gasosos.

Adicionalmente, a energia derivada da biomassa florestal, por ser renovável, ao contrário das formas de energia nuclear e fóssil, admite ciclos de rotações que variam de 5 a 200 anos, dependendo da espécie e dos métodos de silvicultura utilizados. Comparada aos combustíveis fósseis, a madeira apresenta um baixo teor de enxofre (0,1 a 0,2%) e, por isto, sua combustão é menos nociva à atmosfera do que aquela de combustíveis fósseis.

Atualmente, devido aos novos sistemas de limpeza das florestas, especialmente nos casos dos parques naturais (parque natural da Serra da Estrela, parque natural da Peneda Gerês), existe uma grande produção de resíduos florestais que necessitam de valorização. A valorização de resíduos deste tipo, pode ser realizada por um processo que consiste na separação/triagem dos materiais verdes e dos materiais lenhosos. Os materiais verdes poderão ser encaminhados para sistemas de compostagem, com o objetivo de produção de adubos, enquanto que os materiais lenhosos são encaminhados para um tipo de aproveitamento, segundo o seguinte processo:

  • Recolha de resíduos florestais;
  • Triagem e encaminhamento dos materiais lenhosos;
  • Trituração em aparas miúdas;
  • Secagem, prensagem e moldagem;
  • Corte de material aglomerado (briquetes).

A produção de briquetes pode também ser realizada a partir de resíduos provenientes de serrações ou carpintarias e, neste caso, o produto pode encontrar-se em condições de utilização quase imediata, tendo apenas de ser secado e homogeneizado com o tamanho das partículas desejado. Este produto final, um aglomerado de madeira de baixa qualidade e custo, pode ser moldado de diversos modos sendo o mais comum a produção de combustível para lareiras, fornos ou fogões domésticos. A produção deste combustível é uma boa prática ambiental porque são produzidos por processos quase inteiramente mecânicos o que resulta num produto final com poucos ou nenhuns agentes químicos incorporados.

Com o reaproveitamento dos resíduos como matéria-prima na produção de briquetes o que eram resíduos transformar-se-ão em energia, ajudando assim na preservação da natureza e na economia de energia. A produção deste combustível é uma boa prática ambiental porque são produzidos quase inteiramente por processos mecânicos (trituração, prensagem e corte), o que resulta num produto final com poucos ou nenhuns agentes químicos incorporados.

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References:

  • Couto L.C., Couto L., Watzlawick L.F., Câmara D., (2004), Vias da valorização energéticas da biomassa, Biomassa & Energia, vol.1, nº1, 71–92;
  • Garbosa F.G., Trindade J.L., (2007) Bioconversão de resíduos agro-industriais, Tecnologia em Alimetos, Vol.2, nº1;
  • Marchiori J.C.,  (2006) Aproveitamento de resíduos de madeira para confecção de briquetes;
  • http://www.renabio.org.br/artigos/008-LuizCouto-UNICENTRO-2004-B&E-71-92.pdf;
  • http://www.ordemengenheiros.pt/Default.aspx?tabid=1227.
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