Embora a origem da sociologia industrial resida nas ideias de Karl Marx, Émile Durkheim, e Max Weber, somente no período compreendido entre as duas guerras é que adquiriu autonomia, tendo alcançado a fruição a partir da década de 60 e 70 do século XX. A sociologia industrial é ainda um campo importante, embora surja mascarada como sociologia do trabalho ou sociologia organizacional.
A história da sociologia industrial poder ser lida contra o pano de fundo em transformação das autoridades fundadoras. Obviamente que a teoria do proletariado revolucionário de Marx, auxiliada pelos conceitos de alienação e exploração, prevaleceu durante o espaço de tempo que permeou as duas guerras, e que se caracterizou por uma prevalente crise económica e desemprego maciço. No entanto, a influência de Marx foi mínima: o sucesso limitado da revolução comunista deslocou o interesse dos marxistas da indústria para a cultura. Paradoxalmente, a abordagem marxista contemporânea à sociologia industrial, traça as suas raízes até à gestão científica característica do taylorismo.
Inicialmente, as ideias de Durkheim, particularmente as que se encontram presentes na Divisão do Trabalho Social (noções das normas de solidariedade), foram influências mais importantes do que Marx. A interpretação do fenómeno industrial, incluindo os símbolos, foi também o cerne da abordagem weberiana à sociologia industrial: ao disputar a explicação materialista de Marx sobre o ascenso do capitalismo, Weber argumentou que as ideias assumiam também um papel fundamental, sobretudo as que se associavam à ética de trabalho protestante. Mas o contributo mais decisivo de Weber foi o seu relato sobre a estrutura burocrática, e a significância crucial do processo de racionalização na dominação das formas de autoridade legais, isto é, as que se sustentavam nas regras e procedimentos formais.
A partir da década de 80 do século XX emergiram quatro novos temas na sociologia industrial: primeiramente, os tons patriarcais de muita da sociologia industrial praticada, que estimulou um campo de estudos feministas; em segundo, o colapso do comunismo, a globalização da indústria, a passagem do fordismo ao pós-fordismo, o desenvolvimento das tecnologias de vigilância, e o aumento livre do individualismo; em terceiro, os desenvolvimentos nas tecnologias de informação, e as respectivas aplicações nas trocas financeiras; em quarto, o pressuposto de que a ocupação e produção são chaves para a identidade social.
References:
Mayo, E. (1946) The Human Problems of an Industrial Civilization, London.