Colecionismo refere-se à prática de organizar, guardar, seleccionar, trocar, preservar, restaurar e expor diversos itens que possam ser catalogados e mantidos em função dos interesses pessoais da pessoa que coleciona, vulgo colecionador.
Existem inúmeros tipos de coleções.
Todo o tipo de materiais, objectos e até bens não materiais como experiências pessoais são passíveis de serem colecionados, não existindo uma definição concreta do que pode ou não ser definido como objecto de colecção. No entanto alguns tipos de coleções ganharam nomes específicos devido ao estudos dos itens aos quais se referem, ampliando assim o sentido do termo que passou a designar também o ato de colecionar, pois quem estuda esses objectos numa perspectiva cientifica ou histórica muitas das vezes acaba também por colecionar os seus objetos de estudo. Nesta categoria podem incluir-se termos como Bibliofilia (colecionar livros), Filatelia (colecionar selos), Filumenia (colecionar caixas de fósforos) ou a mais conhecida Numismática que se refere às coleções de moedas, embora também se possa referir a coleções de cédulas (apelidada de Notafilia).
Porquê colecionar?
Do ponto de vista psicanalítico é difícil desenvolver uma teoria a respeito das motivações que levam uma pessoa a colecionar. Se alguns objectos são socialmente mais conhecidos e aceites como objectos de coleção como o caso dos selos postais, outros como latas de refrigerantes, conchas, pratos ou até carros distanciam-se da norma, tornando qualquer coisa virtualmente colecionável. Não existindo um único significado para essa atividade, cada caso precisa de ser analisado individualmente.
Colecionar envolve também algum tipo de carga emocional. Na maioria dos casos provem de experiências do passado que tragam alguma nostalgia ao colecionador. Os adultos têm maior tendência a afeiçoar-se a objectos da sua infância que despertam lembranças desse período mais inocente e livre das preocupações e tarefas da vida adulta. Esta atividade acaba por trazer benefícios como o desenvolvimento de sentido de organização, disposição de objectos em espaços limitados, estudo da cultura que envolve o objecto de coleção, socialização com outros colecionadores e entusiastas e um geral aumento do repertório cultural dentro do universo em que a coleção se insere.
Existe também um sentimento de controlo inconsciente que advém da necessidade de manter uma parte do mundo externo sob controlo, neste caso a coleção. Este desejo está ligado à própria psique humana, quando no inicio de vida as crianças se apercebem que o mundo externo existe, mas não está sempre à sua disposição tendo de lidar com as frustrações e limites impostos pela realidade vivida. O colecionismo pode ser um mecanismo de escape a este estado primitivo de obter controlo sobre algo.
Assim os colecionadores criam um sentimento de afectividade com os seus objectos de coleção, atribuindo-lhes características distintas e razões fundamentadas para que estes se mantenham por perto e sejam cuidados de determinada forma. Alguma coleções chega mesmo a passar por várias gerações da mesma família. As motivações para colecionar revelam também uma parte da personalidade do colecionador, seja necessidade de conhecimento, prestigio, controle ou simplesmente de ter lembranças da infância por perto. Em casos mais graves o individuo pode perder o controlo sobre o seu comportamento, colecionando de forma compulsiva e exagerada podendo desenvolver um problema patológico de vicio.