A sobredeterminação é um termo muito utilizado em psicanalise e remonta aos seus primórdios com Sigmund Freud (1856 – 1939). É um termo da filosofia e pode ser traduzido como as modalidades próprias de cada objeto. São estas modalidades que levam a determinações que geram um dado efeito.
Foi rebuscada para a psicanalise em particular na “Interpretação dos Sonhos” (1900). Não tem o estatuto de mecanismos de defesa tais como a condensação ou o deslocamento e a simbolização mas está estreitamente ligada a esses. Pode-se afirmar que a sobredeterminação é um efeito do trabalho de condensação que ocorre num sonho, podendo dar origem a múltiplas interpretações. Dito de outra forma, um sintoma ou uma situação que ocorre sendo da responsabilidade uma ação do individuo não só pode ter um causa subjacente, não se podendo afirmar e interpretar de uma só maneira.
Sigmund Freud afirma que cada um dos elementos de um sonho é sobredeterminado e como que representado diversas vezes nos pensamentos do sonho. A sobredeterminação confere um valor maior a elementos de menor importância de tal modo que estes podem penetrar no sonho.
A sobredeterminação esclarecida por Jean Laplanche (1924 – 2012) e Jean Bertrand Pontalis (1924 – 2013)não implica que o sonho possa ser objeto de inúmeras interpretações ou que implique a independência das diversas significações atribuídas mas que deverá ser analisado assente na ação sobredeterminada.
Palavras-Chave: Sobredeterminação, Jean Laplanche, Jean Bertrand Pontalis, Sigmund Freud, Sonho, mecanismos de defesa, Interpretação
Bibliografia
Larousse-Bordas (2007). Dicionário Temático Larousse – Psicanalise ( Dir. Pajouès, J.). Porto Alto: Temas e Debates
Laplanche, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Presença (obra original publicada em 1967)
Roudinesco, E. & Plon, M. (2000). Dicionário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)