Os restos diurnos são elementos de um sonho que surgem durante o estado de vigília. Na teoria psicanalítica clássica do Sonho, os restos diurnos foram designados como imagens, representações, lembranças ou pequenas associações que advêm do sonho do dia anterior e estão ligados de uma forma mais ou menos direta ao desejo inconsciente que se realiza no sonho. É possível encontrar casos intermédios quando se analisam os restos diurnos, isto é, existem restos diurnos que emergem e estão associados a preocupações simples ou com um desejo da véspera – são restos diurnos aparentemente insignificantes – ou que estão associados a desejos inconscientes imperceptíveis numa primeira analise.
Os restos diurnos podem tratar-se de desejos ou preocupações que nem sempre surgem no sonho mas no dia anterior ao sonho. Na maioria das vezes, os problemas do dia anterior estão presentes no sonho de uma forma simbólica. Ao serem selecionados, o sonho desarma a censura que leva a que não se consiga recordar do sonho, contudo estes restos diurnos passam a censura ou pelo simbolismo truncado que nestes esta implícito ou pela simplicidade que lhes é característica. Mais do que recordações carregadas de interesse e já integradas em ricos complexos de associações, os restos diurnos também podem estar associados ao desejo infantil.
O primeiro autor a identificar os restos diurnos foi Sigmund Freud (1856 – 1939) explicando-os na sua obra “ A Interpretação dos Sonho” (1900)
Palavras – Chave: Sonho, restos diurnos, simbolismo, inconsciente, censura, realização do desejo
Bibliografia:
Laplange, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Presença ( obra original publicada em 1967)
Roudinesco, E. & Plon, M.(2000). Dicionário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)
