Principio da Constância

O principio da constância é um dos princípios – base do aparelho psíquico. Este principio tem como função manter o nível quantitativo de excitações que o aparelho psíquico recebe de dentro e de fora, baixo. É um princípio que possibilita a manutenção do aparelho psíquico num nível considerado calmo e harmonioso. A constância desse nível é aquele que se pretende enquanto nível satisfatório.

Essa constância é obtida por um lado pela descarga da energia já presente e por outro lado a evasão que pode aumentar a quantidade de excitação e também a quantidade de defesa contra esse aumento. O princípio de constância está na base da teoria económica freudiana.

O princípio da constância é o pressuposto que rege o funcionamento da mente. Procura manter constante em si a soma das excitações a partir da ação de mecanismos de evitamento das excitações externas e defesa e descarga dos níveis de tensão de origem interna. O princípio da constância está intimamente relacionado com o princípio de prazer na medida em que o desprazer pode ser considerado numa perspetiva económica como a perceção subjetiva de um aumento de tensão e o prazer como traduzindo a diminuição dessa tensão. Contudo, a sensação de prazer pode acompanhar um aumento de tensão e também um aumento de estimulação. Assim sendo, a relação entre o princípio da constância e o princípio do prazer não se resume a uma relação de proporcionalidade simples mas sim, a uma procura de constância, mesmo que essa implique uma diminuição do prazer. O principio da constância é diferente do principio de nirvana, que tende a colocar o aparelho psíquico na tensão de nível 0.

O autor, Sigmund Freud (1856-1939) defendeu que o principio da constância como um principio fechado cuja soma das energias se mantêm constantes. O princípio da constância pode ser entendido como princípio de termodinâmica, num sistema nas quais as diferenças de níveis energéticos tendem para a igualização, de maneira que o estado final ideal é o de equilíbrio, em relação a tudo o que o rodeia.

Não é defendido que os factos psicológicos estão reduzidos a esse princípio mas que os factos psicológicos tendem, nas suas diversas transformações, para o princípio da constância, implique essa, o prazer ou o desprazer. O que o autor se propôs foi fundamentar a possibilidade de traduzir, também, as ações, pensamentos e representações mentais, numa linguagem energética com vínculos bem expressivos à neurofisiologia.

Dos trabalhos de Sigmund Freud, que mais se destacam as diversas explicações sobre o princípio da constância, destacam-se:

Para Alem do Principio do Prazer, 1925

Projeto para uma Psicologia Cientifica, 1895

A Interpretação dos Sonhos, 1900

Palavras – Chave: Princípio da Constância, Principio do Prazer, Termodinâmica, aparelho psíquico

Bibliografia:

Laplanche, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Presença (obra original publicada em 1967)

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