Pensamento divergente

Conceito de Pensamento divergente. Pensamento divergente e criatividade. Pensamento divergente e convergente. Pensamento divergente, alternativo e resolução de problemas.

Conceito de Pensamento divergente

O pensamento divergente diz respeito à capacidade de formular diferentes possibilidades de resposta ou solução a um mesmo problema ou questão.

Pensamento divergente e criatividade

O conceito de pensamento divergente relaciona-se com o conceito de criatividade, podendo ser considerado parte integrante da mesma, enquanto perspetiva inovadora de uma estratégia ou objeto.

Neste âmbito, o Teste de Pensamentos Criativo de Torrance surge como uma medida de avaliação psicológica de forma verbal e figurativa cuja finalidade é justamente avaliar a criatividade através, de um modo geral, do pensamento divergente. Esta é avaliada através de critérios como a Fluência, a Flexibilidade, a Originalidade e a Elaboração na formulação de respostas ou possibilidades.

Contudo, o estudo do pensamento divergente e da criatividade é uma área no âmbito da qual permanecem algumas questões, nomeadamente quanto a outros fatores que contribuem para o desenvolvimento do potencial criativo dos indivíduos.

Pensamento divergente e pensamento convergente

Além da importância do pensamento divergente, importa que este funcione e seja aplicado enquanto complementar ao pensamento convergente, isto é, à capacidade de seleção de uma solução entre várias para um problema. Esta última tem sido uma das competências mais desenvolvidas no contexto escolar/académico já que neste âmbito foram, durante muito tempo, privilegiados o raciocínio analítico associado à conceção dita tradicional de inteligência.

Atualmente, reconhece-se que ambas as competências – pensamento divergente e convergente – são relevantes para o desenvolvimento psicológico, desempenho escolar/profissional e social, na medida em que a concepção de inteligência tradicional não permite explicar a adaptação ou desempenho do indivíduo em todas as áreas/domínios.

Entre várias teorias da inteligência destacam-se, a título de exemplo, a Teoria Triárquica da Inteligência de Sternberg e a Teoria das inteligências múltiplas de Gardner enquanto abordagens à inteligência que amplificam a sua conceção. Ambas consideram que existem diferentes formas ou expressões da inteligência, sendo a primeira constituída pelas inteligências analítica, criativa e prática e a segunda  pelas Inteligências Linguística, Musical, Lógico-matemática, Espacial, Cinestésica, Intrapessoal e Interpessoal. Tendo por base esta conceção, o estudo da inteligência pode ser perspetivado de forma mais ampla, abarcando diferentes conceitos, como os de criatividade e pensamento divergente, e contextos.

Pensamento alternativo e a resolução de problemas

O conceito de pensamento divergente pode anda equiparar-se ao de pensamento alternativo, que integra o Modelo de desenvolvimento de competências de Spivak e Shure (1974). Este modelo postula um conjunto de competências que contribuem para a adaptação social, mais concretamente na resolução de problemas sociais.

Entre estas competências encontra-se a do Pensamento alternativo caracterizado pela capacidade de formular diferentes opções ou soluções para um determinado problema. Neste sentido, esta constitui-se uma competência importante que pode aplicar-se ao nível interpessoal, mas também a nível intrapessoal na resolução de problemas de outras naturezas.

O pensamento alternativo constitui-se então uma das competências a desenvolver não só em crianças e adolescentes, mas também em adultos. Nas terapias cognitivas e cognitivo-comportamentais é privilegiado o desenvolvimento desta competência, nomeadamente em problemáticas ou situações em que se verifique um défice ao nível das competências de resolução de problemas, interpessoais ou outros.

Palavras-chave: Pensamento divergente; criatividade; resolução de problemas; teoria triárquica da inteligência

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References:

  • Bahia, S. (2007). Quadros que compõem a criatividade: Uma análise do teste de Torrance. Sobredotação, 8: 91-120.
  • David, A. P., Morais, M., Primi, R., & Miguel, F. (2014). Metáforas e pensamento divergente: Criatividade, escolaridade e desempenho em artes e tecnologias. Avaliação psicológica, 13(2): 147-156.
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