Intervenção precoce
A intervenção precoce procura promover o desenvolvimento da criança provisionando oportunidades mais saudáveis para a mesma. Trata-se de um tipo de intervenção que procura estabelecer uma relação entre a criança, a família e a comunidade envolvente, pelo que não se trata de um processo unitário mas sim global.
Os estudos elaborados no âmbito da intervenção precoce entendem a mesma como um serviço que intervém na educação especial junto de crianças em idade pré escolar com necessidades educativas especiais (nee) bem como junto das suas famílias (Bairrão, & Almeida, 2003).
Alguns autores entendem que a mesma pode destinar-se a todas as crianças que a ela recorrem porque a intervenção precoce permite promover um desenvolvimento mais saudável (Almeida, 2004; Bairrão, & Almeida, 2003).
Pesquisas levadas a cabo um ano mais tarde, por Almeida (2004) procuram compreender como a intervenção precoce se torna importante no caso de famílias de crianças que procuram este recurso com o intuito de responder às necessidades da mesma, no intuito de promover o desenvolvimento da criança já acima mencionado. É importante recorrer aos serviços e apoios necessários disponíveis para que se criem as ditas oportunidades de desenvolvimento para estas crianças (Almeida, 2004).
Em qualquer caso que se relacione com a intervenção precoce, é importante fazer ver como a mesma tem benesses e efeitos muito positivos quando as famílias são incluídas como parte ativa do processo (Bairrão, & Almeida, 2003).
Podemos dizer, de acordo com estas teorias e com as teorias de Almeida (2004) que a intervenção precoce funciona como uma unidade familiar, uma vez que se destina a toda a família pelo que “… inclui obviamente a criança e é, hoje entendida como uma prática que se baseia numa rede integrada de serviços, apoios e recursos, que dão resposta às necessidades do conjunto da unidade familiar” (Almeida, 2004, p. 65).
Bairrão e Almeida (2003) defendem ainda a ideia de muitas teorias que referem o facto de o desenvolvimento da criança ser influenciado por fatores internos e externos, sendo que resulta da interação entre esta e os vários contextos onde se insere, tais como a família, a escola e a comunidade. Isto significa que, para intervir precocemente junto de uma criança, é necessário ter também em conta todos os ambientes onde ela passa o seu tempo e nos quais desenvolve as suas atividades (Bairrão, & Almeida, 2003).
Algumas das situações a ter em conta quando se pretende acompanhar uma criança neste âmbito, são, não só o seu desenvolvimento, tendo em conta o meio onde se insere, como ainda os recursos que são disponibilizados nesse mesmo meio para o efeito (Bairrão, & Almeida, 2003).
A importância de analisar toda esta panóplia de circunstancias deve-se à necessidade de garantir as respostas adequadas dentro de cada contexto e cultura, tendo em conta as diferenças existentes (Bairrão, & Almeida, 2003).
Algumas das ferramentas a analisar quando é necessário partir para uma intervenção precoce são:
- Identificação precoce e elegibilidade;
- Modalidades de intervenção;
- Avaliação dos resultados dos programas;
- Legislação específica e gestão de recursos humanos e financeiros;
- Organização e apoio à investigação.
(Bairrão, & Almeida, 2003).
Igualmente necessário, para Almeida (2004) é olhar para a intervenção precoce como um meio que pretende agir junto da criança, focada no seu desenvolvimento e tendo em conta todos os seus contextos; junto da família, procurando que a mesma se envolva e participe em todo o processo; conjugando a família e a criança, que estão inseridas numa comunidade com redes sociais, normas, valores e atitudes característicos.
(Bairrão, & Almeida, 2003).
Conclusão
A importância da intervenção precoce parece estar relacionada com a influência que esta tem junto da criança, no que diz respeito ao seu desenvolvimento, uma vez que promove a capacidade deste ser mais saudável, mas também com a capacidade de envolver a família e a comunidade neste processo. Importa compreender a cultura e o ambiente em questão, uma vez que é a partir daqui que encontramos os recursos disponíveis para intervir. Desta forma, os estudos pretendem demostrar que a intervenção precoce se trata de um tipo de ação comunitário, mais do que focado apenas num único elemento, a criança.
References:
- Almeida, I.C. (2004). Intervenção precoce: Focada na criança ou centrada na família e na comunidade? Análise Psicológica (2004), 1 (XXII): 65-72. http://publicacoes.ispa.pt/publicacoes/index.php/ap/article/view/130/pdf;
- Bairrão, Joaquim, & Almeida, Isael Chaves de. (2003). Questões actuais em intervenção precoce. Psicologia, 17(1), 15-29. http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492003000100001.