Distúrbios convulsivos

Os distúrbios convulsivos associam-se a crises isoladas de descontrolo e perda da consciência, causados por sugestão.

Distúrbios convulsivos

Os distúrbios convulsivos associam-se a crises isoladas de descontrolo e perda da consciência, causados por sugestão. O diagnóstico é feito por meio de anamnese e por eletroencefalograma.

Alguns estudos indicam que existem dois tipos de distúrbios convulsivos, nomeadamente o ataque não recorrente, isolado, decorrente de uma crise febril ou de um traumatismo encefálico, ou a epilepsia, que já se trata de um distúrbio paroxístico recorrente com ataques repentinos e rápidos, que desploletam perda da consciência, da atividade motora, comportamento inadequado e descarga anormal de neurónios.

No caso da epilepsia, uma das características mais marcantes é o facto de haverem intervalos bastante prolongados entre cada crise. Neste caso, é comum que a mesma seja classificada como idiopática, ou seja, não existe uma causa evidente para o despoletar da mesma.

Segundo os estudos de Menezes (2002) em outros tempos, os distúrbios convulsivos eram considerados como pseudoconvulsões, no entanto, nos dias que correm, são considerados como convulsões psicogénicas.

Origens

Trata-se de movimentos involuntários e intermitentes, muitas vezes confundidos com crises epiléticas devido aos seus contornos mas que não lhes estão relacionados, já que têm origem psicológica pelo que podem ocorrer por sugestão (Menezes, 2002).

No entanto, é possível que ocorram crises por ingestão de drogas, hipóxia ou hipoglicemia, o que significa que não acontece, necessariamente, apenas em indivíduos com histórico de vida associado a crises epiléticas e/ou convulsivantes.

Situações em que o indivíduo se encontra sob abstinência de álcool ou de tranquilizantes, podem propiciar, também, uma crise convulsiva.

Distúrbios convulsivos começam, aproximadamente, pelos 4 anos e prolongam-se até cerca dos 70 anos, mais frequentemente em adolescentes e em mulheres (Menezes, 2002).

No que concerne ao que os pode despoletar, pode ser feita uma observação por meio de anamnese que, em alguns casos nos remete, por exemplo, para um histórico de abuso infantil (Menezes, 2002).

De referir ainda que os distúrbios convulsivos de origem psicogénica, são episódios que acontecem de forma inconsciente, o que significa que, quando o paciente consegue relatar o episódio, a situação não diz respeito a um episódio convulsivo (Menezes, 2002).

Alguns dos sinais de distúrbio convulsivo verificados nos pacientes são:

  • Movimentos descoordenados
  • Agitação assincrónica dos membros
  • Tremores
  • Movimentos laterais da cabeça
  • Olhos tendencialmente fechados
  • Declarações obscenas
  • Perda da consciência
  • Dilatação das pupilas
  • Alterações respiratórias
  • Reação de Babinski
  • Entre outros

(Menezes, 2002, p.78).

Para ser possível fazer um diagnóstico correto é necessário usar o eletroencefalograma e a indução do episódio por sugestão (Menezes, 2002).

É importante, de acordo com os trabalhos de Menezes (2002) é necessário distinguir o distúrbio convulsivo das convulsões de início extratemporal – principalmente no lobo frontal, uma vez que não é possível diagnosticar a segunda hipótese através do eletroencefalograma, bem como os sinais não são iguais (Menezes, 2002). O autor refere que, no caso das convulsões do lobo temporal podemos verificar, por exemplo, episódios convulsivos noturnos, enquanto que, no caso dos distúrbios convulsivos de origem psicogénica, as crises são, essencialmente, diurnas (Menezes, 2002).

Outros estudos apontam também para a presença de distúrbios convulsivos em situações focais ou generalizadas da função cortical causadas por distúrbios cerebrais ou sistémicos.

Algumas das indicações para o tratamento deste tipo de distúrbio são a psicoterapia, a gestão do stresse, a modificação do comportamento, o relaxamento, trabalhar a autoconfiança (Menezes, 2002).

Conclusão

Verifica-se que os distúrbios convulsivos são, frequentemente, similares aos de uma crise epilética, contudo, a avaliação por meio de eletroencefalograma pode diagnosticar e distinguir os dois tipos de crise. Uma das características que mais descatam um distúrbio convulsivo de uma crise epilética é o facto de o primeiro, acontecer, maioritariamente, de forma isolada e devido a acontecimentos passados, ou ainda por sugestão. No caso da crise epilética, a mesma repete-se, contudo, com intervalos de tempo prolongados entre cada ocorrência.

Monitorização do comportamento, psicoterapia e medicação adequada, são algumas das formas de tratamento com maiores taxas de sucesso.

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