O conceito Off – the – record é uma expressão utilizada no meio jornalístico para definir as declarações ou informações obtidas por um jornalista mas que não estão reproduzidas na publicação jornalística final ou cuja fonte não foi identificada
A expressão Off – the – record designa uma espécie de bastidores entre a fonte e o jornalista uma vez que se refere às informações que não são publicadas e apenas ficam em conversa entre o jornalista e a fonte; as informações que o jornalista obtém no contacto com a fonte mas que a mesma não pretende ser identificada; Ou ainda as informações que não têm indicação da fonte de onde provêm. A expressão Off – the – record é uma espécie de “fora de cena” que se refere às frases ou falas ditas por alguém, que neste caso é a fonte, mas que não são ouvidas, lidas ou do conhecimento do espectador ou leitor que lê a publicação jornalística final. Podem ser também comentários, opiniões pessoais ou informações confidenciais facultadas ao jornalista pela fonte mas que, por terem um carácter confidencial, não podem ser publicadas ou não se pode identificar a fonte. Ou seja, a fonte não quer se identificar, dá a informação de forma privilegiada ao repórter, mas deseja que seu nome não seja mencionado. Assim, o jornalista diz ter ouvido em Off – the – record, ou, abreviando, em Off.
Por norma os Off-the-record são identificados pelos jornalistas como “uma fonte anónima”, “uma fonte privilegiada”, “uma fonte oficial” ou mesmo “um colega”. Pode também acontecer a fonte ganhar um outro nome, um pseudónimo, para que a reportagem, entrevista, peça jornalística ganhe consistência, mantendo a sua identidade salvaguardada mas contribuindo para a narração da história e para que a audiência se consiga identificar mais facilmente com os acontecimentos descritos pelo jornalista. Desta forma, a fonte encontra-se salvaguardada, no caso de a informação que passa Off-the-record ser confidencial ou comprometedora e o jornalista, ao proteger a sua identidade consegue garantir o acesso futuro à mesma fonte e às suas informações quer seja para esse ou outros temas do interesse público e do meio de comunicação que representa, não traindo assim a confiança da fonte e usando as informações de forma própria e para uso do jornalístico e de relevância informativa.
Outro dos casos Off – the – record é quando nem a identidade da fonte nem a informação que esta passou podem ser reveladas pelo jornalista no seu trabalho. Este tipo de Off – the – record é útil para o jornalista perceber um determinado contexto de uma determinada história ou acontecimento ou algum pormenor que acabe por complementar a sua história. O interesse do público é considerado mais importante que o requisito de proteger o anonimato de uma fonte. Isso significa que uma publicação poderá abrir o “off” sempre que julgar a necessidade de publicar a declaração em “on”, principalmente sobre temas polémicos.
Como é de notar, os Off – the – record acontecem entre o jornalista e a fonte seja ela uma pessoa singular, uma entidade coletiva, uma organização, uma entidade do Estado, um partido, uma organização, uma instituição etc. e por isso, todos os meios de comunicação podem praticar o Off-the-record visto que em todos os meios de comunicação social existentes se verifica a interação entre a fonte e o jornalista. Exemplo dessa interação acontece no contacto com a fonte através de telefone, entrevistas, etc. e pode ser feito por jornalistas de imprensa escrita, de canais de televisão, de estações de rádio, de jornais online, revistas, ou outro tipo de publicações jornalísticas.
Em todos os contactos Off – the – record cabe ao jornalista reger-se pelos princípios éticos e deontológicos do jornalismo bem como os princípios fundamentais do órgão de comunicação social que representa. É em função do on the record, isto é, da informação pública praticada pelo jornalista, que se justifica eticamente o Off – the – record.
