A semiótica é uma ciência que tem como objeto principal de estudo todas as formas de comunicação, sejam estas linguísticas ou não, e a forma como os mecanismos de significação se processam natural e culturalmente.
Para a semiótica, a base da comunicação está no sentido que é atribuído às coisas, o qual, simultaneamente, pode aproximar ou afastar o recetor da mensagem, isto é, se o sentido for semelhante, gera-se uma relação de proximidade, ao passo que se for muito díspar é a causa de divergências. Esta ciência entende a comunicação como um processo de produção, transmissão, recepção, interpretação e armazenamento de significação de sentidos.
A semiótica assenta na ideia de que é em volta da construção e partilha de sentidos que se desenvolve todo o processo comunicativo, o qual se caracteriza pelo excesso, tanto de diferentes sentidos como de mensagens que é necessário transmitir, podendo ser simplificado por exemplo, através da codificação. No entanto, a imperfeição está sempre presente na comunicação, já que os símbolos não são representações fiéis do real, os sentidos atribuídos a um mesmo símbolo ou mensagem podem ser diferentes, existem sempre falhas na interpretação, ou seja, uma mensagem nunca chega ao recetor tal e qual da mesma forma como foi emitida.
Os estudos semióticos assentam então sobretudo na análise dos significados e sentidos construídos pelo indivíduo, encarando os signos como essenciais ao processo comunicativo, pelo que é diversas vezes apelidada da “ciência dos signos”.
O conceito de “signo” é central para a semiótica, segundo a qual no universo, tudo são signos; o termo aqui significa “algo que remete para outra coisa”, ou seja, signos são sempre representações de outra coisa, e são a base do processo comunicativo.
Segundo a semiótica, existem três tipos de signos:
ícone – representa ou substitui um referente; possui as características que o tornam significante, mesmo que o objecto não esteja lá
exemplo: fotografia; traço de lápis que representa uma linha geométrica
índice – indica algo; perde o seu carácter de signo se o objecto não estiver lá, mas não carece da presença de um interpretante
exemplo: fumo é um índice de fogo; placa com impacto de bala é um índice de tiro
símbolo – direciona para o objeto através de um código, pelo que é sempre necessária a existência de um intérprete
exemplo: palavras; sinais de trânsito