Tórus refere-se ao crescimento ósseo na cavidade oral. Consiste num crescimento ósseo congénito, benigno, e circunscrito. O mesmo pode ser palatino, se referir-se ao crescimento ósseo na palato, ou mandibular, se nos referirmos ao crescimento ósseo na mandíbula. Visto que refere-se ao crescimento de osso ao longo da vida, o seu crescimento também pode acompanhar toda a vida. O tórus palatino é mais comum do que o tórus mandibular. É mais comum em países asiáticos e afeta duas vezes mais as mulheres dos que os homens. Não há uma diferença relevante em relação a pacientes leucodérmicos e melanodérmicos, havendo uma predominância semelhante em ambos os casos. Algumas pesquisas
sugerem que o tórus tem um traço autossómico dominante, geralmente são creditados vários fatores. São mais comuns no início da vida adulta e podem aumentar de tamanho. Afetam cerca de 20 por cento da população mundial, sendo por isso um problema com relativa predominância. Em vista da benignidade da situação os profissionais de saúde não dão muita relevância à situação, e por esse motivo não existem muitos estudos sobre o assunto. Em casos de pacientes mais velhos, o tamanho pode diminuir devido à reabsorção óssea. Ele forma-se ao longo da superfície lingual da mandíbula ou maxila sobre a linha miloióidea, na região dos pré-molares. Alguns estudos também sugerem que é possível que a presença de bruxismo (hábito de ranger os dentes, especialmente há noite) aumente a propensão para o desenvolvimento de tórus. Isto parece acontecer, como resposta do osso ás constantes forças efetuadas pelo músculo masseter.
O nome do problema é Tórus que é uma palavra de origem latina e significa Tumor ou protuberância.
Podem ser distinguidos quatro tipos de Tórus.
- Tórus Plano: têm uma base ampla e uma superfície lisa, e localizam-se sobre a linha média do palato, alargando simetricamente para ambos os lados.
- Tórus Fusiformes: Têm um cume localizado na linha mediana.
- Tórus Nodular: Possuem múltiplos crescimentos ósseos, crescimentos com a sua própria base.
- Tórus Lobular: apresenta-se como uma única massa óssea volumosa.
Este crescimento ósseo recebe o nome de exostose, sendo o mesmo definido como protuberâncias ósseas convexas, bem delimitadas, que apresentam um crescimento lento e gradativo, com a superfície lisa a apresentar osso
esponjoso coberto por uma fina mucosa pouco irrigada.
Embora este crescimento ósseo não seja neoplásico e não gere desconforto pode, em alguns casos, necessitar de intervenção cirúrgica.
De acordo com a sua localização eles podem ser classificados como unilaterais únicos, unilaterais múltiplos ou bilaterais únicos e bilaterais múltiplos, sendo que o tipo bilateral ocorre em aproximadamente 90% dos caos.
O diagnóstico do tórus é obtido após exame clínico, normalmente exames de rotina, uma vez que as protuberâncias resultantes do crescimento ósseo são assintomáticas, e por esse motivo, em grande parte dos casos o paciente não está ciente do crescimento do osso e como consequência portador do tórus mandibular. Para confirmar o diagnóstico, alguns exames podem ser realizados tais como radiografias (essencialmente oclusais, apesar de poderem também ser verificadas em radiografias periapicais) e em caso de dúvida (como por exemplo por causa de alguma úlcera nas imediações do tórus), exame histológico.
Via de regra, não há necessidade de realizar nenhum tratamento, excepto quando existe a necessidade de reabilitação protética, e o tórus dificulta a reabilitação, ou quando existem constantes traumatismos da mucosa que reveste o tórus. Nalguns casos, estas protuberâncias podem interferir na dicção do paciente, na mastigação, na deglutição e no posicionamento normal da língua. É apenas nestes casos que é realizada a intervenção cirúrgica. O risco de desenvolvimento do tórus numa lesão maligna é quase inexistente.
A remoção do tórus é relativamente simples, assim como o pós-operatório.
References:
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26688056
- http://www.infoescola.com/doencas/torus-mandibular/
- https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%B3rus_palatino