O músculo liso é constituído por células longas, com mais volume no centro e adelgaçadas nas extremidades, sendo mononucleadas, com os núcleos localizados no centro da célula. A contração do músculo inteiro, mesmo que apenas algumas fibras se contraiam, deve-se a uma rede de fibras reticulares, que mantêm a coesão das fibras musculares.
O sarcolema (ou membrana citoplasmática) apresenta umas depressões denominadas por cavéolas, que armazenam iões de cálcio, necessários ao início do processo de contração muscular. As fibras musculares possuem também corpos densos, estruturas que irão participar na contração das células musculares.
O mecanismo de contração deste músculo é ligeiramente diferente dos tecidos musculares estriados esquelético e cardíaco. Os filamentos de actina presentes no sarcoplasma (citoplasma) das células musculares lisas são estabilizados por combinação com a tropomiosina, não existindo sarcómeros (unidades fundamentais das miofibrilas) nem troponina. Os filamentos de miosina apenas se formam quando ocorre a contração muscular. O mecanismo de contração inicia-se por uma estímulo do sistema nervoso autónomo, que leva ao transporte de iões de cálcio do meio extracelular para o sarcoplasma das células musculares lisas. Os iões de cálcio levam à formação dos filamentos de miosina, ocorrendo o deslizamento dos filamentos de miosina e de actina, uns sobre os outros. Através de filamentos intermediários, a miosina e a actina ligam-se aos corpos densos da membrana celular da célula muscular, levando à sua contração total.
Para além da sua atividade de contração, as células musculares lisas podem sintetizar colagénio do tipo II, fibras elásticas e proteoglicanos.
O tecido muscular liso é o único que possui total capacidade de regeneração, uma vez que as suas células musculares mantêm a capacidade de divisão.
Referências Bibliográficas:
Junqueira, L. C., & Carneiro, J. (2008). Tecido Muscular. Histologia Básica: texto|atlas (11ª ed., pp. 182-203). Rio de Janeiro, Brasil: Guanabara Koogan.