O tecido muscular estriado cardíaco é composto por células alongadas e ramificadas, que se mantêm juntas devido a junções intercelulares complexas, denominadas por discos intercalares. Estes permitem que as fibras musculares permaneçam coesas durante a contração e, também, a passagem de iões de célula para célula, que funcionam como sinais para que as células contraiam. A sua contração é involuntária, vigorosa e ritmíca.
Assim como o músculo-esquelético, o músculo cardíaco possui estriações transversais, cujas fibras cardíacas apenas possuem um ou dois núcleos localizados no centro da célula (ao contrário das fibras esqueléticas que são multinucleadas e os seus núcleos encontram-se na periferia da célula). Este tipo de músculo cardíaco é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo, semelhante ao endomísio (característico do tecido muscular estriado esquelético).
O músculo cardíaco possui inúmeras mitocôndrias, devido ao elevado metabolismo aeróbio que ocorre nestas células. As fibras cardíacas têm também atividade secretora, contendo grânulos que acumulam a molécula precursora do péptido atrial natriurético. Esta hormona tem como alvo de atuação os rins, promovendo a eliminação de sódio e água pela urina e, consequentemente a diminuição da pressão arterial. Com efeito contrário há a aldosterona que leva à retenção de sódio e água nos rins e ao aumento da pressão arterial.
Existem também um conjunto de células musculares modificadas presentes no músculo cardíaco. Estas têm um papel importante na contração coordenada e sequencial das aurículas e dos ventrículos, contribuindo para o normal funcionamento do coração.
O tecido muscular cardíaco não possui capacidade de regeneração. Quando ocorre uma lesão, é sintetizado tecido conjuntivo denso, formando uma cicatriz e impedindo a regeneração das fibras musculares.
Referências Bibliográficas:
Junqueira, L. C., & Carneiro, J. (2008). Tecido Muscular. Histologia Básica: texto|atlas (11ª ed., pp. 182-203). Rio de Janeiro, Brasil: Guanabara Koogan.